Vale deve acelerar resultado operacional no 4º trimestre, com impulso de preços e vendas

Análise foi realizada de acordo com projeções de bancos consultadas pela Mover

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Por: Artur Horta

A Vale, segunda maior produtora global de minério de ferro, deve reportar altas sequenciais no lucro operacional e na receita do quarto trimestre, favorecida pelas fortes vendas sazonais no período, melhora dos preços e redução de custos, segundo projeções de bancos de investimento consultadas pela Mover.

A mineradora deve registrar um lucro operacional – aferido pelo chamado EBITDA das operações continuadas – de US$4,91 bilhões entre outubro a dezembro, conforme consenso colhido pela Mover, o que representa um salto de 31,6% ante o terceiro trimestre e aumento de 3,8% na base anual.

A equipe de analistas do Itaú BBA estimou que os preços realizados do minério de ferro da Vale fiquem em US$95,00 por tonelada no trimestre, cerca de US$3,00 acima do trimestre anterior.

Isso deve impulsionar a receita líquida em 1,4% frente ao terceiro trimestre, para US$11,36 bilhões, segundo o consenso Mover. O número, no entanto, representa uma queda de 12,4% ante igual período de 2021, quando o preço de referência era de quase US$110 por tonelada.

Em relatório, o Itaú BBA previu ainda que o custo por tonelada da divisão de minério de ferro da Vale deva recuar 3% em base trimestral, diante de uma “maior diluição dos custos fixos e menores compras de terceiros”, escreveu o time liderado por Daniel Sasson.

Já o lucro líquido da Vale deve ficar em US$2,29 bilhões, queda de 48,6% em base trimestral e 57,8% em base anual, dados a forte base comparativa com os preços do minério de ferro em 2021, ainda conforme as estimativas compiladas pela Mover.

O BTG Pactual disse esperar que a mineradora siga demonstrando uma recuperação do seu momento operacional, “à medida que o cenário de produção e de custos melhore nos próximos trimestres”, segundo relatório liderado por Leonardo Correa.

No quatro trimestre, o desempenho da companhia ainda foi influenciado por vendas sazonalmente mais fortes, devido à queima do estoque acumulado entre julho e setembro, quando em geral há maior produção.

O Goldman Sachs destacou que a Vale reverteu quase a totalidade do estoque de 12 milhões de toneladas acumuladas no terceiro trimestre, com vendas de 89,9 milhões de toneladas de finos de minério de ferro e pelotas no período seguinte.

“Procuraremos mais clareza sobre o cronograma de melhoria de qualidade potencial durante a teleconferência de resultados”, acrescentou Marcio Farid, analista do banco americano.

A unidade de metais básicos da Vale, que produz níquel e cobre e é a aposta da companhia para se integrar à agenda global de descarbonização e eletrificação, deve mostrar aumento de EBITDA da ordem de 20% na comparação com o trimestre anterior, suportada por maiores volumes e custos sob controle, segundo os analistas.

Nos últimos 12 meses, as ações ordinárias da Vale avançam quase 5% na B3, tendo encerrado o pregão de ontem a R$87,10. Neste mês, no entanto, recuam 6,8%.

A mineradora divulgará os resultados do quarto trimestre na quinta-feira, após o fechamento do mercado. A diretoria deve comentar os números em teleconferência na sexta-feira, às 11h00.