Usiminas tem prejuízo no 4ºtri, com impairment bilionário na siderurgia

A companhia foi impactada pela revisão negativa do valor dos ativos da siderurgia, uma conta conhecida como "impairment"

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Por Artur Horta

A Usiminas registrou um prejuízo no quarto trimestre de 2022, após ser fortemente impactada pela revisão negativa do valor dos ativos da siderurgia, uma conta conhecida como “impairment”, ainda que tenha superado as expectativas do mercado em outras linhas do balanço.

A maior fabricante brasileira de aços planos registrou prejuízo líquido de R$839 milhões, ante um lucro de R$2,09 bilhões em igual período do ano passado e tendo também frustrado o consenso Mover de R$115 milhões positivos. O número pode ser explicado “principalmente em razão do registro de R$1,4 bilhão na conta de Impairment no trimestre”, conforme balanço divulgado nesta sexta-feira.

A receita líquida recuou 5% em um ano, para R$7,66 bilhões, acima da estimativa de R$7,05 bilhões. Já o lucro operacional aferido pelo EBITDA ajustado tombou 76%, para R$579 milhões, mas acima do consenso de R$472 milhões. Segundo a Usiminas, o recuo em ambas as linhas se deve aos menores preços dos produtos no período.

A companhia “reconheceu redução do valor contábil dos ativos (impairment), na Siderurgia no valor de R$1,7 bilhão e uma reversão do impairment na unidade Mineração no valor de R$293 milhões”, detalhou em comunicado. O termo contábil pode ser traduzido do inglês para “deterioração”.

Ao realizar um teste de impairment, as empresas buscam assegurar que o valor contábil de um ativo seja recuperável pela sua capacidade de gerar receita, seja pela sua venda ou pelo uso. Nesse sentido, é de praxe que empresas de todos os segmentos “testem” periodicamente seus ativos antes de contabilizá-los nos balanços.

A conta para unidade de mineração foi positiva,“devido principalmente a melhores perspectivas do preço futuro de longo prazo do minério de ferro”, afirmou. Já na unidade de siderurgia, onde a conta foi negativa, a companhia disse que o resultado foi “correspondente a testes de recuperabilidade dos ativos das suas unidades geradoras de caixa”.

Entre outubro e dezembro, as vendas de aço alcançaram 963 mil toneladas, recuo de 8% ante o trimestre anterior. A siderúrgica mineira prevê ainda vendas na ordem de 950 mil a 1,05 milhão de toneladas no primeiro trimestre de 2023.

O volume de vendas de minério atingiu 2,4 milhões de toneladas, uma alta sequencial de 7%, com impulso de exportações.

A companhia encerrou o ano passado com investimentos em despesas de capital, ou CAPEX, de R$2,2 bilhões. A cifra pode alcançar R$3,2 bilhões em 2023, sobretudo pelos desembolsos para a reforma do Alto Forno 3, na usina de Ipatinga, que devem consumir R$1,2 bilhão.

As ações preferenciais classe A da Usiminas (USIM5) encerraram o pregão de ontem em queda de 2,37%, cotadas a R$7,43.