UBS BB eleva recomendação de Braskem (BRKM5) de neutra para compra

Ação da companhia pode subir 27,7%, mas papel traz riscos, dizem analistas

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Por Bruno Andrade

O UBS BB elevou a recomendação da Braskem (BRKM5) de neutra para compra após a ação ficar descontada em relação a sua média histórica, mostra relatório enviado aos clientes nesta sexta-feira (14).

“Esse desconto acontece após o papel cair forte nos últimos meses, o que deixou o ativo atrativo e com um forte potencial de alta”, afirmaram Luiz Carvalho, Tasso Vasconcellos e Matheus Enfeldt, que assinam o relatório do UBS BB.

Os analistas mantiveram o preço-alvo para a ação da Braskem em R$ 26, o que significa uma alta de 27,7% na comparação com o fechamento de quinta-feira (14).

Eles também comentaram que a companhia está em uma situação financeira muito melhor após os resultados de 2021. Segundo os analistas, houve uma combinação de fatores que elevou a lucratividade da operação do setor petroquímico no geral e, com isso, a Braskem conseguiu arrumar suas finanças ao longo de 2022.

“Não esperamos que essa lucratividade operacional recupere para máxima histórica, embora prevemos uma melhora em relação aos níveis do segundo semestre de 2022, sustentando nossa recomendação de compra”, explicaram Carvalho, Vasconcellos e Enfeldt.

Os perigos de investir na Braskem

Mesmo com a melhora da lucratividade operacional e a organização das finanças da empresa, o UBS BB alerta os investidores que a ação oferece alguns riscos. O primeiro é ao desinvestimento da Novonor, ex-Odebrecht. O temor do UBS é que a venda de ativos possa trazer um controlador desconhecido e pressionar o valor da ação para baixo.

Todavia, eles avaliam que as intenções da Petrobras, em adquirir ações Braskem, poderia fazer a estatal comprar as ações direto da Novonor, o que não modificaria o controle acionário.

“No entanto, com base nas recentes declarações do senador Renan Calheiros, a confirmação de um acordo no curto prazo parece improvável, o que dificulta a situação”, explicaram Carvalho, Vasconcellos e Enfeldt.

O segundo fator de risco seria uma recessão da economia global, que causaria uma maior deterioração da demanda, podendo levar a uma baixa adicional nos preços dos produtos da Braskem.

Por fim, eles temem que o incidente de Alagoas, que causou a destruição de casas em Maceió, possa trazer despesas além do esperado. “O valor para as indenizações pode superar o montante de R$ 6,6 bilhões, que separado para atender o caso, o que seria ruim para a companhia”, concluem.

* Esta reportagem não é uma recomendação de investimentos. O conteúdo divulgado pelo Faria Lima Journal (FLJ) tem apenas o objetivo de informar os leitores sobre as projeções financeiras de corretoras e demais casas de análises.