Por: Ana Luiza Serrão
As ações da Time For Fun (T4F) despencavam nesta segunda-feira na B3, em meio a problemas com shows da cantora americana Taylor Swift no Brasil – entre eles a morte de uma fã no estádio, o adiamento de um dos shows e reclamações sobre a organização do evento, que foi impactado pelo calor intenso.
Por volta das 14h57, os papéis ordinários da T4F caíam 7,02%, a R$2,12, acumulando desvalorização de 19,7% nos últimos 12 meses e 11,3% neste ano. Enquanto isso, o Ibovespa operava em alta de 0,82%, a 125.797 mil pontos.
Para o analista de investimentos da Sara Invest, Marco Saravalle, as ações acabaram sendo penalizadas de forma bastante expressiva com as recentes notícias negativas, algo que já era esperado pelo mercado.
Saravalle acredita que não há como saber ainda como os acontecimentos irão se desenvolver, mas ressalta que geralmente há uma estrutura de seguros e apólices para os eventos realizados. Assim, o “impacto pode ser teoricamente nulo para a companhia em termos financeiros”.
“Caso ocorra, como foi o fato aqui, só o adiamento do evento, não vejo a princípio um impacto financeiro no curtíssimo prazo, mas fica realmente essa preocupação em relação, sobretudo, à imagem não só da companhia, como do setor”, diz.
O analista prevê ainda que o setor passe por adaptações após os problemas com os shows da Taylor Swift, especialmente em dias de muito calor ou de muito frio, por exemplo. “Acho que essa é a preocupação”, afirma.
PROBLEMAS NOS SHOWS
Na última sexta-feira, 17, a estudante de psicologia Ana Clara Benevides Machado morreu após passar mal durante o show de Taylor Swift, no estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro.
Os elementos que levaram à morte da jovem, nascida no Mato Grosso do Sul, ainda não foram divulgados, mas o Rio de Janeiro enfrentava uma forte onda de calor no dia do evento, levando centenas de fãs a passarem mal no show.
Uma série de reclamações foram destinadas à T4F, visto que a empresa havia proibido as pessoas de entrarem com água no estádio. Esse protocolo foi revisto no dia seguinte à morte de Ana, após cobranças dos órgãos competentes e do poder público.