Marisa: Governo sinaliza compromisso com taxar importações de varejistas, diz CEO

Governo Federal se comprometeu a estabelecer um imposto sobre produtos importados ainda neste ano, após já ter coletado informações suficientes por meio do programa Remessa Conforme

Fernando Frazão/Agência Brasil
Fernando Frazão/Agência Brasil

Por: Ana Luiza Serrão

O Governo Federal se comprometeu a estabelecer um imposto sobre produtos importados ainda neste ano, após já ter coletado informações suficientes por meio do programa Remessa Conforme, afirmou hoje o diretor-presidente das Lojas Marisa, João Pinheiro Nogueira Batista.

A fala feita durante a teleconferência de resultados do terceiro trimestre da varejista foi acompanhada de alguns comentários sobre o setor. A seguir, os principais destaques.

O CEO da Marisa (AMAR3) afirmou que o Ministério da Fazenda se comprometeu a resolver a tributação de importações ainda neste ano, visto que o Remessa Conforme zera os impostos de compras internacionais de até US$50 a empresas participantes do programa, cobrando apenas o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).Segundo Nogueira, o governo já ganhou conforto suficiente ao estudar o setor com o Remessa Conforme para, agora, estabelecer uma tributação adequada às importações. “Não faz sentido o governo patrocinar uma não isonomia das empresas brasileiras com as estrangeiras”, afirma.

“Nós, do varejo, temos capacidade de concorrer com qualquer um, mas precisa ser nas mesmas condições”, acrescentou o executivo. “Mundo afora, ninguém dá privilégio para empresa estrangeira no mercado doméstico.”

Nesse contexto, a Marisa anunciou que deixou de fornecer crédito pessoal. No entanto, as operações pontuais com fornecedores devem permanecer até que um plano seja definido nesse sentido em 2024. “Queremos combinar com o Banco Central uma saída organizada do MBank”, informou o CEO.

O momento atual, para o diretor-presidente, é de otimizar as operações das lojas, não de expandir. “Não olhamos para expansão desordenada”, conclui.

Além disso, o cenário do terceiro trimestre da varejista foi “atípico”, com uma transição planejada, de acordo com Nogueira. “Foi uma crise não só da Marisa, mas uma crise imposta ao varejo em geral.”

O CEO esclareceu que as condições atípicas já estão voltando à normalidade, especialmente em relação à cadeia de fornecedores. “O quarto trimestre será muito próximo da normalidade, e 2024 totalmente em linha com o previsto”.

A Marisa registrou um prejuízo líquido de R$196,3 milhões no terceiro trimestre, uma alta de 92,4% em relação as perdas do mesmo período do ano passado. Já a receita líquida foi de R$316,4 milhões, com recuo de 50,1% na base anual

(ALS | Edição: Juliana Machado e Luciano Costa | Comentários: equipemover@tc.com.br)