Por: Luciano Costa
A geradora renovável Serena, novo nome da Omega Energia, divulgou um plano no qual prevê buscar expansão de 20% ao ano até 2027. Segundo a diretora financeira Andrea Sztajn, o atual cenário do mercado de energia do Brasil, no entanto, está segurando novos grandes projetos por ora.
As chuvas que encheram os reservatórios das hidrelétricas levaram os preços de eletricidade no Brasil atingirem o patamar mais baixo em anos, o que tem feito diversas empresas adiarem investimentos, e atrapalha também operações de fusões e aquisições, que estão no radar da Serena.
Enquanto esse momento de mercado persiste, a companhia irá focar em instalações solares de menor porte, conhecidas como geração distribuída (GD), nicho em que entrou mais recentemente e no qual há melhores condições, disse a CFO.
“Nós não temos nenhuma razão para ´queimar´ nossa carteira de projetos se não chegarmos nos retornos desejados. Hoje estamos alocando capital em GD, que é onde vemos bons retornos”, disse Sztajn à Mover. “À medida que vejamos retorno, poderíamos colocar recursos em novos projetos ou M&As. Senão, vamos distribuir para os acionistas. Não tem porque reter esse caixa”, acrescentou.
Do lado financeiro, a Serena iniciou no terceiro trimestre um movimento de desalavancagem e a entrada em operação de novos ativos deverá gerar um robusto fluxo de caixa nos próximos anos.
Com a mudança de marca e os novos planos, a Serena busca atender a qualquer tipo de consumidor de energia, desde grandes indústrias até clientes residenciais, seja por meio de grandes usinas ou de instalações menores, de GD. O “ticker” de negociação dos papéis da empresa na B3 mudará para “SRNA3” ainda neste ano.
EXPANSÃO NOS EUA
Em paralelo, a Serena mantém a aposta no mercado americano, projetando concluir o primeiro parque eólico nos Estados Unidos até o Natal, e com carteira de projetos para expansão que permitiria alcançar 1,4 gigawatt em capacidade no país no futuro.
“Vamos procurar o momento certo para investir, as estrelas alinhadas”, disse a CFO, ressaltando no entanto que o mercado americano vive um momento altista de preços que pode apoiar esses planos.
Os estudos sobre uma possível listagem de ações nos EUA, no entanto, ficaram de lado na empresa, até devido à conjuntura econômica, com juros altos pressionando o mercado acionário por lá. “Agora acho que não convém, não faz muito sentido. Hoje em dia não é algo que estejamos discutindo”, disse Sztajn.
Esta reportagem foi publicada primeiro no Scoop, às 16H31 de segunda-feira (13), exclusivamente aos assinantes do TC. Para receber conteúdos como esse em primeira mão, assine um dos planos do TC.