Por: Luciano Costa
A Justiça deve decidir “nas próximas semanas” sobre uma ação criminal movida contra Vale (VALE3), BHP, Samarco e executivos das empresas depois da tragédia de Mariana, de 2015, disse hoje um representante do Ministério Público Federal em Minas Gerais, autor da ação.
“Os interrogatórios já estão prontos, e serão feitas as alegações finais. Em seguida, o processo estará pronto para sentença criminal”, disse o procurador Carlos Bruno da Silva, do MPF-MG, durante audiência na Câmara dos Deputados sobre o tema nesta terça-feira.
Em paralelo, representantes do Poder Público entraram com pedido para que a Justiça retome o julgamento de ação civil pública que exige até R$100 bilhões das companhias como reparação pelo desastre, disse Silva.
“Não é aceitável que a única pressão sobre as empresas seja o Judiciário inglês”, afirmou o procurador, em referência a processo que corre em Londres contra as mineradoras, que há anos estão em negociações com membros de governos no Brasil em busca de um acerto final para encerrar disputas sobre o caso.
“Mas esse acordo tem um custo. A reparação do rio Doce tem um custo. Então o poder público se obrigou a valorar isso. Não é um valor chutado”, disse Silva, sem citar números. Segundo a Folha de S. Paulo, o pedido total às companhias seria de R$126 bilhões.
“Esse é um valor que deve ser discutido a sério e as empresas não discutiram a sério conosco sobre esse valor. Eu não vou dar detalhes, apesar de já estar na imrpensa”, acrescentou o membro do MPF.
Silva ainda disse que o valor proposto agora é “signifcativamente menor” que cifras que teriam sido propostas no final do ano passado. A falta de avanços “demonstra a falta de seriedade das empresas com a negociação”, acusou.
Procurada, a Vale não respondeu de imediato a pedidos de comentário. Não foi possível falar de imediato com BHP e Samarco.
(LC | Edição: Gabriel Ponte | Comentários: equipemover@tc.com.br)