Por: Luciano Costa
A Eletrobras prepara para os próximos dias a divulgação de uma reestruturação administrativa que irá verticalizar a empresa, em um movimento que retirará a autonomia de subsidiárias como Furnas e Chesf, disseram ao Scoop três fontes com conhecimento do assunto.
“Na prática, as subsidiárias vão acabar”, disse ao Scoop uma das fontes, ao revelar que, no novo desenho, Furnas, Chesf, Eletronorte e Eletrosul respondem hierarquicamente a uma nova diretoria da holding Eletrobras, a vice-presidência de Operações e Segurança Operacional.
O processo de reestruturação resultará na criação de novas diretorias, ou vice-presidências, na Eletrobras. Em contrapartida, reduzirá postos de gerência nas subsidiárias, que passarão a responder diretamente à Eletrobras e seus executivos, relataram as fontes.
Concomitantemente ao anúncio da reestruturação, deverão ser anunciados novos nomes para a diretoria da companhia.
Procurada, a Eletrobras não respondeu de imediato a pedidos de comentários.
De acordo com o organograma visto pelo Scoop, a Eletrobras passaria a ter 13 diretorias ou vice-presidências, contra oito atualmente — entre as áreas a serem criadas, estariam Operação e Segurança Operacional, Engenharia de Expansão, Comercialização e uma área de Sustentabilidade.
Já as subsidiárias, que hoje possuem cinco diretores executivos cada, passariam a ter apenas diretores Financeiro, de Operação e Manutenção e Comercialização.
O chefe de Finanças de cada companhia responderá ao vice-presidente Financeiro da Eletrobras, enquanto os gestores de Comercialização responderão à vice-presidência que trata do tema na holding.
“A companhia vai fazer uma verticalização. As subsidiárias perdem a autonomia, e a empresa começa a trabalhar de uma forma verticalizada por segmento”, disse uma das fontes, que pediram anonimato porque as informações ainda não são públicas.
A nova estrutura visa “garantir elevado ganho de eficiência, agilidade e integração das equipes, criando uma cultura meritocrática”, além de “assegurar que áreas com grande valor em jogo e elevado desafio atual tenham foco prioritário durante os esforços de transformação”, informa uma das lâminas de uma apresentação interna obtida pelo Scoop.
Uma das áreas que ganha força no novo desenho é a de comercialização, reforçando o desafio que a Eletrobras terá nos próximos anos. A empresa precisará, gradualmente, colocar no mercado livre grandes blocos de energia gerados por suas hidrelétricas, mas que estavam negociados no chamado “regime de cotas”, com preços regulados.
A expectativa é que as mudanças sejam anunciadas nos próximos dias, possivelmente no começo de fevereiro, embora uma das fontes tenha dito que há chances de o movimento ser postergado para março.
Privatizada em junho do ano passado, a Eletrobras prepara uma nova estratégia que focará na multiplicação de resultados e em “aumentar investimento para fomentar intenso crescimento nos próximos anos”, diz o material visto pelo Scoop.
*Esta reportagem foi publicada primeiro no Scoop, às 10:22, exclusivamente aos assinantes do TC. Para receber conteúdos como esse em primeira mão, assine um dos planos do TC.