Por Reuters
A Samarco investirá R$ 1,3 bilhão para dobrar sua capacidade atual de produção de pelotas de minério de ferro até o primeiro trimestre de 2025, para 18 milhões de toneladas por ano, permitindo que a empresa volte a figurar entre as três principais produtoras do mercado transoceânico, afirmou à Reuters nesta quinta-feira (6) o presidente, Rodrigo Vilela.
Dentre os projetos, a empresa planeja a construção de uma nova planta de filtragem de rejeito arenoso e aperfeiçoamentos no concentrador. Do montante total, aproximadamente 248 milhões de reais serão investidos já neste ano e o restante será aportado principalmente ao longo de 2024.
“Com esse investimento, colocamos a Samarco de volta a um patamar de grande produtor global”, afirmou Vilela, pontuando que esse passo confirma a continuidade da estratégia da empresa, que planejou uma retomada de produção gradual e focada na segurança nos últimos anos.
A empresa projeta atingir 60% da capacidade produtiva a partir de 2025, atingindo 18 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Atualmente, opera com 30% do total, o que deve subir para 100% em 2028.
A mineradora já havia anunciado no mês passado investimentos totais de R$ 1,6 bilhões em 2023, versus R$ 1,3 bilhão no ano passado, em iniciativas que vão além do aumento da produção.
O avanço vem após a mineradora — uma joint venture da Vale (VALE3) com o grupo BHP – voltar a operar em dezembro de 2020, depois de cinco anos de paralisação após o colapso de uma de suas barragens de rejeitos, em novembro de 2015.
Após retomar a produção, a empresa abocanhou de volta participação do mercado transoceânico de cerca de 9%, o que tem a expectativa de dobrar até 2025, com o aumento de produção, segundo Vilela. O executivo destacou que a Samarco tem diferenciais competitivos, incluindo pelotas com baixa emissão de CO2 na comparação com concorrentes.
A planta de filtragem de rejeitos e as melhorias no concentrador representam aproximadamente 560 milhões de reais a serem aportados até 2025, além de 753 milhões de reais para a manutenção e integridade dos ativos.
Para atingir os 60% da sua capacidade produtiva, a empresa utilizará dois concentradores e duas plantas de filtragem de rejeitos no Complexo de Germano (MG), um mineroduto e duas plantas de pelotização no Complexo de Ubu (ES). Todas as estruturas já estão licenciadas desde 2019.