Raízen derrete após B3 informar mega "block trade" no papel

A operação conhecida como “block trade” ocorrerá às 10h30 na próxima quarta-feira, com 300 milhões de papéis preferenciais da Raízen sendo negociados a R$3,15

Raízen/Divulgação
Raízen/Divulgação

Por: Artur Horta

As ações preferenciais da Raízen operavam em queda na manhã desta segunda-feira, após a B3 informar uma mega operação em bloco marcada para o dia 1 de fevereiro, que envolverá 24,32% desses papéis da sucroenergética.

Perto das 12h25, as ações preferenciais da Raízen recuavam 4,97% na B3, cotadas a R$3,25.

A operação conhecida como “block trade” ocorrerá às 10h30 na próxima quarta-feira, com 300 milhões de papéis preferenciais da Raízen sendo negociados a R$3,15. A corretora de valores do BTG Pactual será responsável por intermediar a “troca de mãos”.

Segundo a nota da B3, a corretora informou que seu cliente vendedor desconhece qualquer informação relevante sobre a empresa que não seja pública. Diz ainda que “não é acionista controlador, integrante de controle e membro do conselho deliberativo, fiscal, de administração ou qualquer outro tipo de órgão que exerça direta ou indiretamente qualquer tipo de ato de gestão, fiscalização ou controle” da companhia.

Fundada em 2011 a partir de uma associação comercial entre a centenária petroleira Shell e a holding Cosan, a Raízen possui verticais na produção de derivados de cana-de-açúcar, etanol, distribuição de combustíveis e mercados de conveniência.

A petroleira anglo-holandesa e o conglomerado do empresário Rubens Ometto integram o bloco de controle da companhia, com posições relevantes em ações ordinárias. A Raízen, no entanto, possui apenas ações preferenciais listadas em bolsa, das quais a Hédera Investimentos e Participações S.A. possui uma fatia de 24,328%, segundo o formulário de referência da sucroenergética integrada.

O veículo de invesimentos é parte do grupo francês Louis Dreyfus, comercializador e processador global de produtos agrícolas que se tornou acionista da Raízen em 2021, quando a companhia adquiriu a Biosev. Segundo o Brazil Journal, as ações da Raízen carregadas pela Hédera foram dadas como garantias aos credores da Louis Dreyfus, que pretende zerar sua participação.

A fatia da Hédera equivale a 3,19% do capital total da Raízen, isto é, considerando todas as classes de ações da empresa – o que a coloca como terceira maior acionista, atrás apenas dos controladores.