São Paulo, 9/8/2024 – A Petrobras avaliou até agora cinco empresas que possuem plataformas de geração de energia eólica, com objetivo de voltar ao setor por meio de uma aquisição, e a ideia é entrar nos negócios de renováveis em parceria, disse hoje um diretor da estatal.
A maior petroleira da América Latina, que busca diversificar ativos para além do petróleo, de olho na transição energética, chegou a fazer oferta não vinculante para comprar um desses ativos eólicos, sem sucesso, revelou o diretor de Transição Energética, Mauricio Tolmasquim, em teleconferência com investidores.
“São cinco potenciais plataformas que totalizam mais de 3 gigawatts em capacidade”, afirmou Tolmasquim, revelando que o plano inicial é que a Petrobras compre 50% nos ativos, operando em parceria.
A Petrobras chegou a atuar no setor de energia eólica no passado, durante governos do PT, mas posteriormente vendeu seus parques. Mover e Faria Lima Journal publicaram no mês passado que a estatal chegou a ter conversas com a Eneva, entre outras empresas com ativos renováveis.
RESERVAS
No segmento de óleo e gás, a Petrobras tem colocado grande foco em reposição de reservas, e a nova gestão não está confortável com o atual Plano de Negócios, que mostra declínio de reservas a partir de 2030, disse o diretor financeiro, Fernando Melgarejo.
“Estamos buscando de qualquer forma reverter isso. Por isso cada gota de petróleo nos importa, e vamos estudar todas oportunidades que aparecerem e que sejam economicamente viáveis”, disse o CFO, em teleconferência.
Antes, a CEO da Petrobras, Magda Chambriard, abriu o call reiterando a importância de obtenção de licenças ambientais para exploração da chamada Margem Equatorial, grande aposta exploratória da companhia. A empresa aguarda posicionamentos do Ibama, atrasados por questionamentos aos riscos ambientais do projeto e por paralisação de funcionários da autarquia.
“Claro que quanto menos oportunidades a gente vê no Brasil, maior necessidade de internacionalização, de ir além das fronteiras. E a gente irá, se achar necessário”, disse Melgarejo. “Mas, quanto às licenças temos uma visão bastante positiva, de que está perto de elas serem concedidas. Estamos otimistas”.