Odontoprev amplia margens com aposta em clientes não-corporativos, diz diretor

"Essas receitas trazem um preço de venda superior e um custo mais baixo", disse José Roberto Borges Pacheco

UnSplash
UnSplash

Por: Luciano Costa e Vinicius Custódio

A Odontoprev (ODPV3) tem obtido lucros e margens acima da média do setor, colhendo frutos de uma estratégia que apostou na expansão da carteira de clientes de pequenas e médias empresas e planos individuais, disse hoje o diretor financeiro, José Roberto Borges Pacheco, em entrevista à TC News.

“Nos últimos 10 anos, esses planos saíram de 25% do total para quase metade, quase dobrando a receita dos planos PME e individuais”,disse o CFO da companhia de saúde bucal, que é controlada pelo banco Bradesco. 

“Essas receitas, que trazem um preço de venda superior e um custo mais baixo, a chamada sinistralidade, é que têm nos permitido uma expansão de margem. Ao contrário dos planos de saúde, que ano a ano enfrentam mais dificuldade de custos, com impacto da inflação médica”, explicou Pacheco, ao comentar o modelo de negócios do grupo.

Enquanto planos odontológicos corporativos geralmente têm sinistralidade acima de 50%, e planos de saúde superam 80%, a carteira diferenciada da Odontoprev tem permitido manter a sinistralidade em média de 40%, uma vez que o índice para os clientes menores não-corporativos é inferior, de cerca de 30%.

Para crescer nesse nicho, uma das apostas da Odontoprev é justamente a força da marca Bradesco e da rede do banco. De 8,5 milhões de clientes, a Odontoprev tem 6 milhões de corporativos, e um total de 4,2 milhões atendidos com a marca Bradesco Dental.

A estratégia tem permitido à Odontoprev expandir os lucros em média 20% por ano nos últimos 17 anos, distribuindo generosos proventos, disse Pacheco. “Levantamos cerca de R$175 milhões na abertura de capital, em 2006. E já pagamos mais de R$3 bilhões em dividendos. Nossa tradição é pagar 90% do lucro anual em dividendo”.

Com o governo avaliando taxar dividendos e juros sobre capital próprio distribuídos a investidores, a Odontoprev poderá avaliar ampliar recompras de ações como forma de remunerar acionistas se as mudanças na lei realmente ocorrerem, acrescentou Pacheco. 

Por volta das 15h20, as ações ON da Odontoprev subiam 0,72% a R$11,13. No ano, os papéis sobem cerca de 27%, e em 12 meses quase 36%. 

(LC | Edição: Luca Boni | Comentários: equipemover@tc.com.br)