Nubank (ROXO34) teve resultado forte, mas analistas não recomendam comprar a ação

Especialistas estimam que papel pode cair entre 11% e 49% até o final do ano

Facebook/Nubank
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Por Bruno Andrade

Nubank (ROXO34) apresentou um resultado forte e sólido no segundo trimestre de 2023, disseram os analistas do Santander e BTG Pactual em relatórios enviados aos clientes nesta quarta-feira (16).

O banco de Cris Junqueira apresentou lucro líquido de US$224,9 milhões, uma reversão do prejuízo de US$ 29,9 milhões do ano anterior. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) ficou em 19%. A inadimplência subiu 1,8 ponto percentual, indo de 4,1% para 5,9%. Com isso, os analistas do Santander disseram acreditar que a expansão dos lucros provavelmente persistirá.

“Entretanto, continuamos a acreditar que os desafios ainda estão por vir, pois o Nubank continua crescendo em ritmo acelerado e pode eventualmente alcançar a liderança em produtos de risco e ficar exposto a clientes de risco e tendências de qualidade de ativos”, explicaram Henrique Navarro, Arnon Shirazi e Anahy Rios, que assinam o relatório do Santander.

Sendo assim, os analistas comentaram que o banco o papel do banco digital está caro e, por isso, estimaram que a ação negociada em Nova York deve cair 49,6% e encerrar o ano em US$4. Na véspera, o papel terminou o pregão em Wall Street em US$7,94.

Desse modo, a recomendação do Santander para o ativo é de underperform (equivalente à venda).

“Mesmo com todo esse otimismo e mudança de paradigma para a lucratividade do banco, vemos que o papel está sendo negociado em 6,3 vezes no múltiplo que relaciona o preço da ação ao valor patrimonial da companhia”, concluíram Navarro, Shirazi e Rios.

Empréstimos consignados podem ajudar o Nubank

Já os analistas do BTG são mais brandos com o roxinho. Eles reconheceram que o banco tem dificuldades com a rentabilidade por ser focado nos clientes de baixa renda, mas que o próprio lucro do trimestre mostrou que a empresa pode estar tendo uma virada.

“Notamos isso com a proposta do banco em focar em empréstimos consignados, brasileiros ricos e replicar o sucesso do Brasil no México e na Colômbia”, explicaram Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura, que assinam o relatório do BTG.

Por isso, eles comentam que apostar totalmente contra o Nubank não tem sido uma estratégia sábia, e certamente eles não estão sugerindo que o investidor faça isso. No entanto, eles também enxergaram que o papel está caro e indicaram recomendação neutra com preço-alvo de US$7 para a ação negociada em Nova York.

Ou seja, os analistas do BTG também estimaram uma queda para a ação do Nubank, mas um percentual menor de 11,5%.