Por: Bruno Andrade
A Natura (NTCO3), maior fabricante de cosméticos do mundo, vendeu a The Body Shop (TBS) para o grupo europeu Aurelius por 207 milhões de libras, incluindo um potencial valor contingente (earn-out) de 90 milhões de libras, mostra fato relevante enviado ao mercado nesta terça-feira. As duas quantias, earn-out e valor de venda, devem ser pagas em até cinco anos.
“A transação de venda apoiará os esforços da Natura para otimizar suas operações e simplificar seus negócios, além de posicioná-la para focar em prioridades estratégicas, especialmente a integração da Natura e Avon na América Latina, o modelo de venda direta e a otimização adicional da presença internacional da Avon”, comunicou a empresa.
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A conclusão da transação está prevista para até 31 de dezembro de 2023, sujeita às aprovações regulatórias usuais.
A Natura adquiriu a TBS da L’Oréal por cerca de 1 bilhão de euros em 2017, como parte da estratégia de expandir a presença global e fortalecer o compromisso com produtos sustentáveis.
A marca, no entanto, tem enfrentado um cenário desafiador e puxou os níveis de rentabilidade do conglomerado da Natura para baixo, o que levou o grupo a buscar soluções para queima de caixa e alavancagem excessivas, como a venda da marca australiana Aesop.
Para a analista do BB Investimentos, Georgia Jorge, a potencial venda da The Body Shop contribuirá para reduzir o dispêndio de caixa e lapidar a rentabilidade da Natura.
A analista esperava no fim de setembro uma cifra de no mínimo R$2 bilhões pelo ativo. Mas o valor da transação na conversão de libra para real ficou em R$1,2 bilhão, e pode chegar aos R$1,8 bilhão a depender do earn-out.
No relatório, Georgia Jorge comentou que prevê melhores perspectivas para o desempenho econômico financeiro da Natura, em especial em relação à execução do plano de transformação, cujos frutos vêm permitindo margens mais elevadas.
A analista também comentou que vê uma melhora em relação à Avon, com estabilização das vendas e ampliação das margens no mercado internacional.
“No segundo trimestre de 2023, nós notamos uma padronização do modelo comercial, redução da complexidade do portfólio de produtos e saída de geografias pouco rentáveis para a empresa”, explicou.
Apoiada pela venda da Aesop, a Natura divulgou um lucro líquido para o terceiro trimestre de R$7,5 bilhões, revertendo perdas de R$560 milhões no mesmo período de 2022.
