Marisa (AMAR3) projeta receita bruta de até R$2,5 bilhões em 2024

Empresa promete virada na geração de caixa, que passará a ser positiva

Facebook/Marisa
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Por Bruno Andrade

A Marisa (AMAR3) projeta uma receita bruta entre R$2,3 bilhões e R$2,5 bilhões em 2024, revela comunicado enviado ao mercado pela companhia nesta terça-feira (26).

“A projeção baseada no reabastecimento de lojas; adequação de sortimento entre canais físico e digital; recuperação de receita mesmas lojas próximas ao patamar do ano de 2022 e manutenção da área de venda”, disse a varejista de moda feminina.

A companhia também promete uma virada em sua geração de caixa operacional, medida pelo Ebitda, que deve encerrar 2024 com números positivos, entre R$ 100 milhões e R$ 130 milhões. A varejista encerrou o primeiro semestre de 2023 com Ebitda negativo em R$118,3 milhões.

“A projeção é baseada no encerramento de lojas deficitárias (2023) deve se traduzir em incremento de EBITDA potencial; EBITDA positivo das lojas ativas com base em 2022, redução de despesas operacionais implementadas em 2023 e 2024”, disse a empresa.

A Marisa promete também uma redução do endividamento de curto prazo, que passaria a ser 10% do total, com 90% restantes em débitos de longo prazo. A companhia disse ainda espera encerrar 2024 com uma alavancagem de 1,2x Dívida Líquida/EBITDA.

Disputa com varejistas asiáticas amplia crise da Marisa

A Marisa vive um momento financeiro complicado em meio à disparada dos juros e à chegada das varejistas chinesas, que conquistaram os clientes da empresa com preços agressivos e aproveitando importações de pequeno valor sem impostos.

Em meio ao acirramento de tensões com as concorrentes asiáticas, o CEO da Marisa, João Pinheiro Nogueira, chegou a chamar o presidente da Shein de ‘cara de pau” em uma postagem no no LinkedIn.

O comentário de Nogueira veio após o presidente da chinesa afirmar, em entrevista à Exame, que a Shein vai pagar ICMS e que “é tão brasileira como outras do varejo”.

Nogueira também postou outro comentário raivoso em uma publicação de Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT).

Path acompanhava Lula na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). No post, Nogueira pediu para Patah avisar Lula da necessidade de taxar as varejistas chinesas. “Então fala pra ele taxar o contrabando chinês !!!!!”, escreveu Nogueira.