Por: Luciano Costa
As ações da elétrica Light despencavam no pregão de hoje, depois que a companhia informou a contratação da consultoria Laplace para apoiar uma reestruturação de suas finanças, em movimento que gerou algum receio entre detentores de títulos de divida da companhia, segundo disseram fontes à Mover.
Os papéis ordinários da Light desabavam 7% por volta de 15h58, a R$3,94 cada, menor valor já registrado, enquanto o índice de companhias de energia elétrica da B3, o IEE, avançava 0,8% e o Iboespa subia 0,94%.
Pela manhã, antes do início das negociações na bolsa, a Light confirmou notícia da coluna Lauro Jardim, do jornal O Globo, sobre os planos de reestruturação. Ela disse que a Laplace vai “assessorar a companhia na análise de estratégias financeiras, visando, principalmente, apresentar melhorias em sua estrutura de capital”.
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O movimento vem em momento em que a Light está próxima dos limites de endividamento acertados com credores, os chamados ´covenants´. No terceiro trimestre, a companhia tinha alavancagem, dada pela relação entre dívida líquida e geração de caixa medida pelo EBITDA, de 3 vezes, contra máximo de 3,5 vezes e 3,75 vezes definidos em alguns títulos de dívida.
Com a notícia da contratação da Laplace para reestruturação, títulos de uma emissão em dólares da Light realizada em 2021, no valor de US$400 milhões, sofreram no mercado secundário, recuando de 77% do valor de face ontem para 57% hoje, disse ao Scoop uma fonte de mercado, que falou sob condição de anonimato.
No radar do mercado, está ainda o vencimento da concessão da Light para distribuição de energia no Rio de Janeiro, em 2026, uma vez que algumas dívidas têm vencimento antecipado em caso de não renovação do contrato. A prorrogação será negociada entre a empresa, o governo e a Agência Nacional de Energia Elétrica.
