São Paulo, 18/10/2024 – Planos do governo brasileiro de realizar em 2025 um inédito leilão para contratar projetos de armazenamento de energia estão movimentando o setor, e diversas empresas avaliam a oportunidade, com interesse em disputar a licitação, incluindo Eletrobras, Cteep, Eneva e a Micropower, investida da Comerc, da Vibra Energia, segundo executivos das empresas e informações de fontes.
A licitação, que deve viabilizar investimentos em grandes sistemas com baterias, e é prevista para junho de 2025, também oferecerá oportunidades para outras companhias, como a WEG, que disse estar se preparando para fornecer equipamentos aos interessados na concorrência.
“O uso das baterias já é uma realidade no mundo todo e a visão da companhia é de que os leilões vão propiciar inovação e desenvolvimento de tecnologia”, disse a Eletrobras em nota à Mover. A empresa confirmou que “dentre suas alternativas de investimento, está também desenvolvendo estudos e avançando seu pipeline, para potencial participação nos leilões de baterias”.
Já existem alguns sistemas de armazenamento em operação no país, principalmente soluções de pequena escala ou projetos de pesquisa, mas ainda não há previsão de contratar esses empreendimentos em leilões. Um sistema pioneiro de baterias de lítio na subestação Registro, em São Paulo, está em operação desde 2022, após iniciativa da transmissora de energia Cteep aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A diretora de Relações com Investidores da Cteep, Silvia Wada, disse em nota à Mover que, “desde então, a empresa monitora constantemente as oportunidades desse mercado”.
“A empresa avaliará se participará dessa oportunidade de forma oportuna, quando forem publicadas as condições”, afirmou ela sobre o leilão de 2025, defendendo a importância de soluções de armazenamento para a transição energética e para a integração de fontes renováveis como usinas eólicas e solares ao sistema.
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LEILÃO
O leilão em preparação no governo mira contratar projetos de armazenamento com ao menos 30 megawatts em potência, que receberiam uma receita fixa para estarem disponíveis para o sistema, principalmente para atender à demanda no pico de carga noturno, e em momentos de diminuição da geração solar ou eólica.
O porte mínimo exigido equivale ao projeto pioneiro da Cteep, e, para se ter uma ideia da dimensão da oportunidade, é mais do que os quase 20 megawatts em soluções de baterias implementadas para clientes pela Micropower, investida da Comerc Energia, da Vibra, que já forneceu soluções para grupos incluindo a Vale.
“Tem bastante coisa para acontecer nesse setor, está muito promissor. Há projetos grandes (em estudo por clientes), sem contar o leilão. Do ano passado para cá, mais que dobramos o ritmo de crescimento”, disse à Mover o CEO da Micropower, Sergio Jacobsen. “Estamos nos preparando para o leilão”.
Outra empresa que começou a discutir potencial participação na licitação é a Eneva, segundo as fontes, que veem intensa movimentação de empresas para o certame. Procurada, a Eneva não comentou.
