JSL tem lucro operacional recorde no 3º tri e projeta margens maiores

Veja entrevista exclusiva com o CEO

Facebook/JSL
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Por: Artur Horta

A JSL (JSLG3) registrou alta nas linhas do balanço do terceiro trimestre divulgado nesta segunda-feira e espera manter a trajetória de avanço das margens com a integração de companhias adquiridas recentemente, disse à Mover o CEO da líder em logística rodoviária no país, Ramon Alcaraz, em entrevista exclusiva.

Entre julho e setembro, a controlada do grupo Simpar registrou lucro líquido ajustado de R$58 milhões, alta de 37,6% na base anual, resultado da evolução das margens, queda dos juros e da reprecificação de contratos ao custo de capital adequado. O número ficou abaixo do TC Consenso de R$64 milhões. Segundo o balanço, a JSL foi impactada no período por efeitos negativos de variação cambial sobre os saldos de caixa de sua operação na Argentina.

A receita líquida foi de R$2,01 bilhões, em linha com as estimativas do mercado. Já o lucro operacional medido pelo EBITDA alcançou o patamar histórico de R$393 milhões, alta de 31,5% no comparativo anual e acima do TC Consenso de R$387 milhões. A margem EBITDA atingiu 20,2%, alta de 1,2 ponto percentual na base anual.

“Esse resultado mostra que estamos no caminho certo, e que aquele planejamento que fizemos lá em 2020 está funcionando”, disse Alcaraz.

O executivo explicou que a expectativa é de margens maiores adiante, já que os números do terceiro trimestre não refletiram todos os investimentos em novos projetos e o benefício integral das aquisições da IC Transportes, que contribui para a entrada da JSL no agronegócio, e da FSJ Logística, que reforçou o posicionamento em varejo e e-commerce.

A JSL também optou pela não renovação de alguns contratos no período para manter a rentabilidade e qualidade dos serviços. “O mundo vive um cenário atípico, com duas guerras. Nosso negócio tem margens que não permitem ficar prolongando as soluções e a gente foi aprendendo a se adaptar. Os contratos mais novos têm fórmulas paramétricas que preveem esse tipo de coisa”, acrescentou.

O terceiro trimestre marcou também os três anos da oferta inicial de ações da JSL na B3, período em que o faturamento da empresa cresceu 154%. Segundo Alcaraz, a ampliação “não foi a qualquer preço”. Ele destacou que o EBITDA e o lucro avançaram 210% e 205%, respectivamente, desde o IPO.

O CFO da JSL, Guilherme Sampaio, disse à Mover que os números desde a listagem mostram um “trabalho de alocação de capital com disciplina”, já que a empresa vem crescendo cerca de 36% ao ano com o ritmo de alavancagem estável.

As ON da JSL encerraram o pregão de hoje em alta de 0,92% na B3, a R$8,73. No acumulado do ano, os papéis sobem 58,44%.

Esta reportagem foi publicada primeiro no Scoop, às 18H56 de segunda-feira (6), exclusivamente aos assinantes do TC. Para receber conteúdos como esse em primeira mão, assine um dos planos do TC.

(AH | Edição: Gabriela Guedes | Comentários: equipemover@tc.com.br)