Item de subestação da Taesa no Tocantins explodiu antes de apagão

Veja os detalhes na apuração exclusiva do Scoop by Mover

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ATUALIZAÇÃO às 19H38: A Taesa nega ter tido participação no apagão desta terça (15), conforme publicado às 19h38 no conteúdo disponível aqui.

Por Machado da Costa

Uma explosão em um banco de capacitores de uma subestação da transmissora de energia Taesa (TAEE11) em Gurupi, no Tocantins, foi registrada pouco antes do apagão que deixou ao menos 19 estados brasileiros parcialmente no escuro nesta terça-feira, disseram à Mover duas fontes com conhecimento do assunto.

Os motivos da explosão do ativo ainda não estão evidentes. Questionada pela Mover, a Taesa informou que, “em consequência da magnitude da ocorrência no sistema interligado, houve uma avaria de pequeno porte em um componente específico dessa subestação, que não impactou o restabelecimento da transmissão de energia”. “A Taesa informa que não procede a informação de que teria ocorrido explosão com vítimas na subestação de Gurupi (TO).”

O Ministério de Minas e Energia informou que as causas do blecaute “ainda estão sendo apuradas” e que foi criada uma sala de situação para acompanhar as avaliações e a retomada dos serviços.

O MME disse apenas que a interrupção começou após um problema em linhas de transmissão que fazem a interligação Norte/Sudeste, mas não citou as empresas responsáveis pelos ativos. O Operador Nacional do Sistema informou que “iniciou ação conjunta com os agentes para restabelecer a energia”, também sem mencionar qualquer companhia envolvida.

Segundo as fontes, a explosão na subestação da Taesa que traz energia desde a subestação de Imperatriz (MA), no subsistema Nordeste, para o subsistema Centro-Oeste, levou ao acionamento do chamado Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC), medida de proteção que desliga algumas regiões para mitigar danos maiores ao sistema elétrico. A subestação de Gurupi tem tensão elétrica de 500 kV.

Segundo as fontes, após o incidente, a frequência do Sistema Interligado Nacional (SIN) caiu a até 57,80 Hz, o que exigiu o acionamento do estágio 4 do Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC) – que determina um corte de volume de ao menos 15% no Sul, de 7% no Sudeste, e de 7% a 10% no Centro-Oeste e parte do Norte.

O Operador Nacional do Sistema informou o impacto geral no SIN. Antes do apagão, a carga era superior a 70 GW e o corte foi de 16 GW, o que significa que mais de 20% do volume nacional foi cortado. Uma das fontes disse à Mover que ainda hoje o governo deve realizar uma coletiva de imprensa em Brasília para comentar o blecaute.

Esta reportagem foi publicada primeiro no Scoop, às 13H39, exclusivamente aos assinantes do TC. Para receber conteúdos como esse em primeira mão, assine um dos planos do TC.