Instituto prepara arbitragem e pede exclusão da Magalu do Novo Mercado após erros contábeis

Instituto Empresa, que já tem uma ação contra a Americanas, prepara agora um processo de arbitragem contra a Magazine Luiza

Divulgação/Magazine Luiza
Divulgação/Magazine Luiza

Por: Ana Luiza Serrão

O Instituto Empresa, que já tem uma ação contra a Americanas (AMER3), prepara agora um processo de arbitragem contra a Magazine Luiza (MGLU3), entrando também com um pedido junto à B3 (B3SA), administradora da bolsa de valores brasileira, para a exclusão da varejista do segmento Novo Mercado e dos índices que integra, após a empresa reconhecer distorções contábeis em seu balanço que somam R$829 milhões.

O Instituto informou que houve indução do investidor ao erro depois da inconsistência, praticamente bilionária, nos resultados da Magalu, segundo fato relevante divulgado ontem. De acordo com o presidente do Empresa, Eduardo Silva, “aquisições de ações e debêntures foram realizadas com base em números falsos”.

“A arbitragem que está sendo organizada visa a responsabilização dos controladores e o ressarcimento dos investidores que adquiriram o papel com preço artificializado pelos erros contábeis”, acrescentou a organização em nota.

A Magazine Luiza reportou um prejuízo ajustado R$143 milhões no terceiro trimestre, melhor do que as perdas de R$181 milhões esperadas pelo TC Consenso, mas afetado pelo que a empresa chamou de ‘incorreções’ de R$829 milhões. Usando de créditos fiscais, a Magalu reduziu o impacto do ajuste em seu patrimônio líquido para R$322 milhões.

Para a equipe do Santander Investment & Corporate, o balanço do terceiro trimestre da empresa foi fraco, mas teve aspectos positivos, com a área de marketplace da Magalu impulsionando ganhos na margem bruta do período. Os analistas veem ainda um otimismo com as vendas e as margens da companhia para o início do quarto trimestre.

No entanto, o Santander afirma que será difícil para o mercado ignorar os erros contábeis apresentados pela Magazine.

‘INCORREÇÕES’

O problema no balanço da maior empresa de comércio varejista do Brasil estava, principalmente, na contabilização de bonificações por transações comerciais, com erros na verificação de cumprimento de obrigações de desempenho relacionadas aos bônus.

Uma apuração da auditoria identificou, por meio de denúncia anônima, “incorreções em lançamentos contábeis relacionadas ao período de competência do reconhecimento contábil de bonificações em determinadas transações comerciais”, conforme informado pela Magazine Luiza.

(Colaboração: Artur Horta | ALS | Edição: Luciano Costa | Comentários: equipemover@tc.com.br)