Governo de MG dá novo passo rumo à privatização da Copasa e Cemig; ações sobem

O projeto estabelece um quórum simples de votos para a aprovação da lei que autoriza a alteração da estrutura societária

Pixabay
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Por: Ana Luiza Serrão

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), deu mais um passo em sua política de desestatização ao enviar ontem uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para a Assembleia Legislativa do estado, no intuito de simplificar o processo de venda de empresas estatais como a Cemig, uma das maiores elétricas do país, e a Copasa, que atua na área de saneamento.

Perto das 11h38, as ações ordinárias da Copasa subiam 3,46% na B3, a R$19,75, e as PN da Cemig, 0,16%, a R$12,23. No mesmo horário, o Ibovespa avançava 0,87%, a 115,4 mil pontos, no momento.

O projeto estabelece um quórum simples de votos para a aprovação da lei que autoriza a alteração da estrutura societária de uma empresa pública ou de uma organização parcialmente controlada pelo estado, além de desobrigar a necessidade de um referendo, isto é, uma consulta pública para coletar opiniões sobre uma eventual desestatização.

Segundo o Bradesco BBI, a Copasa parece ser a beneficiada imediata pela medida, com potencial de alta de 60% no papel com a privatização e preço estimado em R$30 por ON. O time destacou, porém, que se a instituição mineira de saneamento continuar estatal, os papéis podem enfrentar queda de 10%.

“Enquanto o Estado está finalmente fazendo progressos concretos em sua agenda de privatizações, ainda faltam várias etapas para chegar lá”, escreveram os analistas do BBI, que mantiveram recomendação “neutra” para a Copasa e preço-alvo de R$21 em 2024, refletindo projeções baseadas no viés estatal.

A equipe da XP destacou que a aprovação das privatizações, a definição de um modelo regulatório, o tipo de privatização a ser definido e a situação da Gasmig – se será vendida junto à Cemig ou separadamente – são alguns dos obstáculos a serem superados, o que explica o cronograma conservador do governo mineiro.

Ainda segundo a XP, mesmo que o envio da PEC à ALMG reflita uma alta chance de aprovação das privatizações, ainda é o primeiro passo em um longo processo: o estado prevê concluir todas as etapas até 2026, quando o mandato de Zema chegará ao fim.