Papéis disparam em 2025 na expectativa por M&A

GIC de Cingapura e controladores da Serena Energia fazem oferta para tirar empresa da bolsa; ações saltam

GIC de Cingapura e controladores da Serena Energia fazem oferta para tirar empresa da bolsa; ações saltam

São Paulo, 14/05/2025 – Um fundo do GIC, veículo de investimentos do fundo soberano de Cingapura, fechou acordo de investimento com os controladores da geradora renovável Serena Energia para realização de uma oferta conjunta para tirar a empresa da bolsa, comprando todas ações.

A oferta de fechamento de capital, (OPA), será realizada a R$11,74 por ação, prêmio de cerca de 10% ante o fechamento de ontem. As ações da Serena disparam 106% no ano, impulsionadas em grande parte pela especulação sobre essa potencial transação anunciada hoje.

Por volta das 10h20, as ações ordinárias da Serena saltavam 6,57% na B3, a R$11,36. A companhia de energia limpa estreou na bolsa em 2017, com oferta inicial de ações que movimentou R$844 milhões e saiu na época na abaixo do piso da faixa indicativa de preço.

Quando foi para a bolsa, ainda sob o nome Omega Geração, a companhia almejava chegar a 1 gigawatt em capacidade. A empresa fundada por Antonio Bastos Filho, CEO e acionista, tem hoje usinas eólicas, incluindo nos Estados Unidos, parques solares e pequenas hidrelétericas com 2,6 gigawatts, e projetos para chegar a mais de 3 gigawatts.

A Serena tem como principais acionistas a gestora Tarpon (31,4%), seus controladores, por meio do fundo Lambda3 (14,8%), e a private equity britânica Actis (26,8%). Não está claro como ficará a composição acionária após o fechamento de capital, mas a Tarpon aproveitará a transação para vender suas ações.

Fundos globais de infraestrutura, perfil do GIC e da Actis, têm dominado as operações de aquisições nos etor este ano, com R$12,5 bilhões em operações já anunciadas antes do negócio pela Serena– várias dessas no setor elétrico. A canadense CDPQ comprou ativos de transmissão da Equatorial Energia, a I Squared comprou 49% da Órigo Energia, de geração distribuída solar, e a GIP ficou com 70% da Aliança Energia, da Vale.

A Omega foi criada em 2008, com foco em investimentos em pequenas centrais hidrelétricas, que na época eram alvo de um programa de incentivos subsidiado pelo governo, o chamado Proinfa. Posteriormente, recebeu aportoe do Warburg Pincus e da Tarpon, e entrou em geração eólica e depois solar e solar distribuída.

Com a ida ao mercado, a Omega se tornou um veículo de fusões e aquisições, e realizou até uma operação de incorporação de uma desenvolvedora de projetos eólicos de seus fundadores. Mais recentemente, após entrada da Actis no grupo de controle, mudou o nome para Serena Energia.

A Omega disse que a oferta OPA deverá ter o pedido de registro protocolado até amanhã. O efetivo lançamento da operação estará condicionado à realização de assembleia de acionistas para aprovação de dispensa de aplicabilidade de cláusula de ´poison pill´, mecanismo estatutário que visa dificultar eventuais aquisições hostis da empresa.

Pelo estatuto, a oferta OPA em caso de aquisição de participação relevante na empresa deveria sercom prêmio de 12,5% sobre a cotação mais alta dos últimos 12 meses.