Gerdau: Siderúrgica está mais conservadora com dividendos, diz CFO

Nível de importação de aço chinês atingiu o patamar recorde, causando problemas para toda a indústria siderúrgica nacional

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Por: Artur Horta

Após a divulgação do resultado do terceiro trimestre nesta segunda-feira (6), a Gerdau (GGBR4) realizou uma teleconferência com comentários do CEO da maior fabricante brasileira de aços, Gustavo Werneck, e do CFO, Rafael Japur.

Segundo a empresa, o nível de importação de aço chinês atingiu o patamar recorde de 23% no Brasil, causando problemas para toda a indústria siderúrgica nacional, disse Werneck. A Gerdau busca ajustar a operação a este novo cenário.

A companhia anunciou a distribuição de R$0,47 por ação em dividendos, cerca de metade do que era estimado por analistas de mercado. Segundo Japur, a medida visa preservar o caixa para o cenário desafiador que as operações no Brasil enfrentam, em meio à restrição de crédito e à competição com o aço chinês.

Além do menor pagamento de proventos, a Gerdau está retirando capacidade e reduzindo custos fixos. “Na semana passada houve o desligamento de 700 empregados diretos”, lamentou Werneck. Ele afirmou que o governo precisa criar condições isonômicas no mercado.

Segundo Werneck, o aço da Ásia, especialmente da China, chega ao Brasil abaixo do custo de produção da indústria local, configurando uma “competição desleal”. O CEO defendeu a implementação de tarifas de importação.

Apesar do cenário desafiador, a Gerdau não pretende cancelar os importantes projetos e investimentos anunciados recentemente, segundo Japur.

A maior fabricante de aço longo das Américas registrou lucro ajustado de R$1,59 bilhão no terceiro trimestre, perto dos R$1,54 bilhão projetados pelo TC Consenso. A siderúrgica foi beneficiada no período pela gestão do capital de giro e por custos mais baixos decorrentes do menor volume de vendas.

(AH | Edição: Gabriela Guedes | Comentários: equipemover@tc.com.br)