Engie Brasil fecha acordo de R$3,24 bi para comprar usinas solares da Atlas

A companhia pagará R$2,26 bi como preço de compra, e assumirá R$971 em dívidas

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Por: Luciano Costa

A elétrica Engie Brasil Energia anunciou acordo de R$3,24 bilhões para a compra de cinco complexos de geração solar da Atlas, disse a companhia em fato relevante nesta segunda-feira.

O negócio da Engie, controlada por grupo francês de mesmo nome, envolve a aquisição de parques em operação na Bahia, Ceará e Minas Gerais, que somam 545 megawatts em capacidade e têm a energia já vendida em contratos regulados e livres que começam a vencer em 2037.

A companhia pagará R$2,26 bilhões como preço de compra, e ainda assumirá R$971 milhões em endividamento líquido dos ativos, com possíveis pagamentos adiconais à frente a depender do atingimento de metas, segundo o comunicado.

A operação da Engie ocorre em momento de preços baixos de energia no mercado brasileiro, devido às fortes chuvas que encheram reservatórios de hidrelétricas, uma conjuntura que tem travado novos projetos de geração renovável e dificultado operações de fusões e aquisições no setor.

Segundo a Engie, um dos ativos adquiridos da Atlas tem energia vendida a R$181 por megawatt-hora, e os outros têm preços na faixa dos R$400/MWh, com valor máximo de R$451 por MWh. Enquanto isso, os valores de energia em contratos de longo prazo no mercado brasileiro estão hoje nos menores níveis em muitos anos, a cerca de R$107 por MWh, segundo a consultoria Dcide.

“A aquisição de ativos em operação, com energia contratada, tornou-se uma opção atrativa para expandir nossos negócios nesse momento de mercado”, disse o diretor financeiro da Engie, Eduardo Takamori, em nota. 

“Este é mais um passo alinhado à estratégia do Grupo Engie de continuar crescendo em energia renovável no Brasil”, disse o CEO, Eduardo Sattamini. 

Uma das maiores elétricas do Brasil, a Engie tinha dívida líquida de R$13,8 bilhões no final do segundo trimestre, com R$4,7 bilhões em caixa. Isso representa alavancagem de 2 vezes a relação dívida líquida sobre EBITDA, o que a companhia considerava oferecer espaço para expansão com novos projetos ou aquisições. 

A Atlas pertencia à gestora Global Infrastructure Partners, GIP, que foi assessorada na transação pelo BTG Pactual, enquanto o Santander assessorou a Engie. A Mover noticiou no ano passado, com exclusividade, que o GIP estava comprando a Atlas da Actis, uma gestora britânica que criou a empresa anos atrás.

( LC | Edição: Artur Horta | Comentários: equipemover@tc.com.br)