Por Luciano Costa
A Eneva (ENEV3) começou a realizar exportações de energia para o Uruguai nas últimas semanas, após ter iniciado no ano passado as vendas externas com a Argentina como primeiro destino, segundo informações confirmadas pela companhia à Mover.
A elétrica, inclusive, tem exportado desde janeiro, enquanto em 2022 essas operações haviam sido registradas a partir de julho. No ano passado, as vendas de energia para o exterior geraram à Eneva R$300 milhões em lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, EBITDA.
“Essas operações têm um papel importante em termos de diversificação de fontes de receita”, disse à Mover a gerente geral de comercialização de energia, gás natural e líquidos da Eneva, Camila Schotti, sem entrar em detalhes sobre as transações.
O Brasil tem exportado cerca de 500 megawatts médios por dia ao Uruguai desde meados de fevereiro. Para a Argentina, os volumes chegaram a superar 2 mil megawatts médios diários em fevereiro, recuando para cerca de 1,7 mil megawatts médios por dia nos últimos dias, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
A Eneva tem exportado por meio das usinas Maranhão IV e V e Parnaíba IV e V, de acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
As exportações são importantes para a Eneva em um momento em que suas termelétricas não têm sido chamadas a operar para a atender à demanda no Brasil, devido à abundância de geração hidrelétricas após chuvas favoráveis. Os preços de eletricidade no país também estão em mínimas em anos.
A estratégia de diversificação de receitas da Eneva, que tornará os resultados da companhia menos expostos a efeitos climáticos, ainda passa por uma ampliação dos negócios em comercialização de energia, segmento no qual ela ganhou espaço no último ano.
“Depois que fizemos a compra da Focus Energia, aceleramos bastante o planejamento que havia na companhia de crescer no mercado livre de energia. Aumentamos de maneira significativa, passamos da 57ª posição no ranking, em termos de volumes comercializados, para a quinta”, disse Schotti, citando aquisição concluída no começo de 2022.
No mercado livre de energia, onde grandes consumidores como indústrias negociam contratos de suprimento diretamente com empresas do setor, a Eneva concorre com subsidiárias das rivais Engie, Auren e Copel, além de comercializadoras controladas por bancos como BTG Pactual e Santander Brasil.