Por Luciano Costa
A Eletrobras (ELET3) avalia a possibilidade de vender algumas termelétricas, e prepara um plano neste sentido a ser apresentado ao mercado no Investor Day da companhia, marcado para o mês que vem, disseram à Mover duas fontes com conhecimento do assunto.
“Essas operações estão sendo consideradas como parte da estratégia de Net Zero”, disse uma das fontes, que pediu anonimato porque as informações ainda não são públicas, em referência às metas estratégicas para a redução de emissões, que também serão detalhadas pela empresa no evento com acionistas em julho.
Desde que foi privatizada, em meados do ano passado, a Eletrobras divulgou ambições de se tornar uma gigante global da energia limpa, mirando ampliar investimentos em ativos renováveis como usinas eólicas e solares.
Embora controle principalmente hidrelétricas e linhas de transmissão, a Eletrobras possui pouco mais de uma dezena de usinas térmicas, divididas entre suas subsidiárias, em total de mais de 1,6 gigawatt em capacidade, incluindo ativos a carvão e gás.
Uma das fontes disse à Mover que, inicialmente, a companhia considera “vender algumas termelétricas ineficientes”, e que estudos sobre as potenciais operações estão sendo concluídos.
A Eletrobras também avalia envolver as termelétricas em operações de troca por ativos renováveis, segundo outra fonte, que chegou a participar de conversas nesse sentido, embora o negócio não tenha sido fechado.
“A vontade de se livrar é grande”, afirmou a fonte, em relação às térmicas da Eletrobras, embora acrescentando que os ativos demandarão alguns “ajustes jurídicos” antes de serem negociados. “Leva um tempo para fazer a faxina”, disse.
Entre as principais termelétricas da Eletrobras estão a usina Santa Cruz, de Furnas, com 500 megawatts, e Mauá 3, da Eletronorte, com 590 megawatts, além da usina a carvão Candiota, de 350 megawatts, e da UTE Aparecida, de 166 megawatts. Os demais ativos térmicos da companhia são de pequeno porte.
Procurada para comentar, a Eletrobras disse que “avalia constantemente negócios que estejam de acordo com sua estratégia” e que eventuais operações serão divulgadas ao mercado.
Esta reportagem foi publicada primeiro no Scoop, às 13H45, exclusivamente aos assinantes do TC. Para receber conteúdos como esse em primeira mão, assine um dos planos do TC.