Por Luciano Costa
A Eletrobras (ELET3) deve buscar aquisições de ativos operacionais, incluindo de empresas de grande porte, como parte de uma estratégia para acelerar o aproveitamento de bilhões de reais em créditos fiscais acumulados, disseram analistas da Genial Investimentos.
“Em nossa leitura, achamos que os eventuais alvos de aquisição podem ser empresas de capital aberto, e não apenas aquisições pequenas de ativos pontuais. Nossa tese é derivada de dois pontos: o tamanho do crédito tributário reconhecido e outros ainda a serem ativados, de pelo menos R$15 bilhões, e o gigantismo da própria Eletrobras”, escreveram em relatório divulgado na quinta (20).
O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., disse que a companhia tem negociações em andamento para 15 potenciais fusões e aquisições, envolvendo oportunidades em geração renovável e transmissão, mas não entrou em detalhes.
Os créditos fiscais da Eletrobras decorrem de prejuízos passados, e podem levar ao abatimento de impostos nos próximos anos, reduzindo a alíquota da companhia
A equipe da corretora avalia que a Cteep seria um potencial alvo, uma vez que a Eletrobras já possui participação de 35% na empresa e os acionistas minoritários não possuem o chamado “tag along”, que obrigaria a ex-estatal a fazer uma oferta por todos os papéis da transmissora, hoje controlada pela colombiana Isa, que, por sua vez, pertence à estatal Ecopetrol.
Pelas contas da Genial, o atual nível de endividamento da Eletrobras permitiria à companhia se alavancar no curto prazo para aquisições entre R$26 bilhões e R$47 bilhões, pelo menos. “Como podemos perceber, tal ‘poder de fogo’ permitiria à empresa adquirir maior parte das empresas de capital aberto em bolsa do Brasil”, escreveram.