Eletrobras e Eneva registram pagamentos em dia das exportações de energia para Argentina

Movimento ocorre após hermanos pedirem adiamentos à Petrobras

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Por Luciano Costa

As elétricas privadas Eletrobras (ELET3) e Eneva (ENEV3) têm recebido normalmente por exportações de energia à Argentina e não tiveram nenhum pedido de renegociação ou adiamento de pagamentos, disseram três fontes à Mover, após notícias de que a Petrobras (PETR4) teria recebido representantes do país vizinho para conversas nesse sentido.

O pleito dos “hermanos” à Petrobras envolve prazo maior para pagamentos por geração de energia termelétrica, e está em discussão na estatal, segundo reportagens da Reuters e do jornal O Globo na segunda-feira.

“Soube pela imprensa dessa conversa. Depois soube que essa solicitação realmente foi feita diretamente à Petrobras. Mas os argentinos estão enviando normalmente, até agora, as garantias necessárias para o pagamento”, disse à Mover uma fonte do setor privado com conhecimento das operações. “Acredito que isso não vai mudar.”

A Eneva, que tem exportado energia termelétrica para a Argentina assim como a Petrobras, não recebeu nenhum pedido de mudança nos pagamentos, nem a Eletrobras e outros geradores que têm enviado excedentes de geração hidrelétricas para o país, ainda de acordo com as fontes.

“Estão pagando conforme o combinado… então está parecendo um movimento de ‘amigos políticos’”, disse uma segunda pessoa a par das transações, em referência ao fato de o pedido ter sido feito apenas à estatal Petrobras.

A equipe de analistas do Bradesco BBI projetou, em maio, que as exportações de energia para Argentina e Uruguai podem gerar R$1 bilhão em receita adicional neste ano para empresas de geração como Eneva, Petrobras, Engie e outras. Para a Eletrobras, as receitas poderiam somar R$213 milhões no ano, segundo o banco.

Procurada, a Petrobras disse apenas que gerou 595 megawatts médios de energia térmica no primeiro trimestre, para atendimento a demandas internas “e oportunidades comerciais pontuais decorrentes de exportação, pelos comercializadores, para a Argentina”. O Ministério de Minas e Energia não comentou.

Esta reportagem foi publicada primeiro no Scoop, às 14H13, exclusivamente aos assinantes do TC. Para receber conteúdos como esse em primeira mão, assine um dos planos do TC.