Por Luciano Costa
A Eletrobras (ELET3) tem tudo para ser a mais competitiva em geração de energia limpa para abastecer a produção de hidrogênio verde no Brasil, aproveitando o potencial do país para a tecnologia e a grande capacidade da companhia em renováveis, disse nesta quarta-feira (23) o vice-presidente de Engenharia da Expansão, Ítalo Freitas.
“A Eletrobras decidiu entrar nesse mercado e pode ser a grande fomentadora do hidrogênio no Brasil”, afirmou Freitas, ao participar do evento do Energy Day, promovido pelo Lefosse Advogados em São Paulo.
A produção do chamado H2V em território brasileiro está na mira de grandes grupos, como a australiana Fortescue e até a estatal Petrobras, mas os principais desafios para que os primeiros projetos saiam do papel devem ser regulatórios, com a necessidade de um marco legal para o negócio.
Criar demanda para colocar o H2V no mercado, atraindo empresas para o uso da nova fonte renovável, também será um desafio, até devido aos custos ainda maiores. Mas do ponto de vista tecnológico, não há segredos, disse Freitas.
“A produção de hidrogênio verde é uma tecnologia de 100 anos. A amônia verde é uma tecnologia que foi descoberta no século XIX. É um projeto grande, mas é relativamente fácil”, explicou Freitas, colocando como ponto de atenção, no entanto, a oferta limitada de fabricantes de eletrolisadores, utilizados no processo do H2V.
Freitas defendeu ainda que a Eletrobras terá grandes vantagens nesse setor por ter presença de geração renovável em praticamente todo Brasil, além de operar estruturas de transmissão que irão conectar os projetos de hidrogênio ao sistema elétrico.
“A Eletrobras tem um portfólio de energia renovável que onde você quiser colocar sua planta de hidrogênio, tem uma planta da Eletrobras”, afirmou.
24×7
Freitas afirmou ainda que os eletrolisadores precisam funcionar durante 96% do tempo para que os projetos de hidrogênio sejam mais competitivos, destacando que a Eletrobras tem condições de fornecer energia sem interrupções para essas instalações, por ter grande volume de geração hidrelétrica, além de parques eólicos com produção variável, de acordo com o vento.
“A Eletrobras é a única que pode garantir 24×7 [24 horas por dia, 7 dias por semana]”, afirmou Freitas, comentando que em outros países, para atingir os 96% minimamente, as empresas usam geração eólica, solar e complemento com baterias.
“A Eletrobras não precisa disso. O fator de capacidade de uma hidrelétrica de grande porte é 93%, 94%. Conseguimos atingir o objetivo do eletrolisador”, disse Freitas. “24×7 e realmente renovável, e a preço competitivo, só no Brasil e só na Eletrobras”.
Esta reportagem foi publicada primeiro no Scoop, às 11h11, exclusivamente aos assinantes do TC. Para receber conteúdos como esse em primeira mão, assine um dos planos do TC.