São Paulo, 23/08/2024 – A Eletrobras começou a analisar alternativas para se desfazer de participação minoritária na distribuidora de energia Equatorial Maranhão, a antiga Cemar, controlada pela Equatorial Energia, disseram à Mover fontes com conhecimento do assunto.
Detentora de ações que representam 33,4% do capital da Equatorial Maranhão, a Eletrobras avaliou recentemente a fatia na empresa em R$1,48 bilhão, segundo dados divulgados em apresentação a investidores.
A potencial operação pela ex-Cemar, que começou a ser discutida pela Eletrobras com assessores financeiros, está em linha com planos da nova gestão da companhia pós-privatização, que tem focado em desinvestimento e “racionalização” de participações detidas pela elétrica em outras empresas.
O movimento seria similar a operação recente em que a Eletrobras se desfez de parte de sua fatia minoritária na transmissora de energia Isa Cteep, negócio que levantou R$2,18 bilhões. Procurada, a companhia não respondeu a pedido de comentários.
Logo após a privatização, havia expectativas de alguns analistas de que a Eletrobras pudesse buscar grandes fusões e aquisições, mas a estratégia no momento é focar em investimentos em novos projetos orgânicos, enquanto promove um processo de otimização de sua carteira de ativos, vendendo algumas participações em empresas e consolidando ou trocando outras, disse uma das fontes.
Além da participação ainda remanescente na Cteep, e da fatia na Cemar, a Eletrobras possui uma carteira de participações em elétricas que inclui ações de Emae, Celesc, Energisa, Coelce, Equatorial Pará, Equatorial CEEE e Auren/AES Brasil, que juntas são avaliadas em R$6,9 bilhões.
Mas parte muitas dessas ações, incluindo parte das fatias em Cteep, Energisa, Celesc, AES, Coelce e Auren, estão dadas em garantia de ações judiciais e não podem ser vendidas por enquanto.
As fontes não souberam comentar o cronograma previsto para eventual venda da participação na Equatorial, nem valores envolvidos. A Equatorial Energia é vista como uma compradora natural para o ativo, segundo uma das fontes, que falou sob a condição de anonimato.
A Equatorial, no entanto, acaba de fechar compra de participação na Sabesp por cerca de R$7 bilhões, e a preocupação com alavancagem poderia ser uma barreira ao negócio, de acordo com uma segunda fonte. As empresas, no entanto, poderiam eventualmente negociar uma troca, com a Equatorial cedendo linhas de transmissão ou ativos renováveis para a Eletrobras em troca das ações da Cemar, disse a fonte.
(LC | Edição: Luca Boni | Comentários: equipemover@tc.com.br)