Companhias aéreas cobram governo e Petrobras por queda de preços de combustíveis

Preços “não refletem a realidade de um país produtor de petróleo”, disse Iata

Reuters News Brasil
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Por Gabriel Araujo

A associação internacional de companhias aéreas Iata pediu ao governo federal e à Petrobras (PETR3, PETR4) para ajustarem a forma como o combustível de aviação é cobrado no Brasil, classificando os preços do querosene de aviação como “excessivamente altos”.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) afirmou em comunicado nesta segunda-feira que os preços locais “não refletem a realidade de um país produtor de petróleo”, acrescentando que são um dos principais desafios enfrentados pelo setor no Brasil.

A Petrobras ajusta os preços do combustível de aviação no início de cada mês com base em fatores que incluem preços globais do petróleo e taxas de câmbio.

“A posição de monopólio da Petrobras e os custos administrativos adicionais cobrados pelo fornecedor resultam em preços de combustível de aviação artificialmente inflacionados”, disse o chefe da Iata nas Américas, Peter Cerda.

Petrobras e Ministério de Minas e Energia não comentaram de imediato.

Os preços dos combustíveis têm sido objeto de reclamação das companhias aéreas locais, com o presidente-executivo da Azul, John Rodgerson, dizendo no mês passado que o Brasil tinha “o combustível mais caro do mundo”.

O combustível de aviação representa cerca de 40% dos custos totais de uma companhia aérea no Brasil, enquanto a média global é de 30% “em um momento de preços excepcionalmente altos em todo o mundo”, segundo a Iata.

O grupo também reclamou dos ​​impostos cobrados sobre o querosene no Brasil, dizendo que eles “impactam ainda mais negativamente a competitividade do setor”.