São Paulo, 03/12/2024 – A Brava Energia atendeu mais duas condicionantes estabelecidas pela reguladora ANP para o muito aguardado início da operação do FPSO Atlanta, mas ainda não obteve a licença final para começar a produzir, o que é esperado para algumas semanas à frente, disse à Mover uma fonte do setor que acompanha o processo.
“As condicionantes 5 e 6 foram atendidas. Todavia, conclui-se que, tecnicamente, não há condições de serem iniciadas as operações do FPSO Atlanta, pois ainda restam condicionantes não atendidas. Portanto, recomenda-se pelo indeferimento do pleito de início de operação. A Brava fica notificada a responder as notificações”, aponta documento da Agência Nacional do Petróleo com data de hoje.
Segundo uma fonte do mercado, a Brava deverá intensificar trocas de informações com a ANP sobre os pontos pendentes ‘nos próximos dias’, e ‘a produção de petróleo deverá vir nas próximas semanas’.
“A ANP estabelece condicionantes. E vai avaliando um a um. Enquanto não estão aprovados, os documentos incluem um comentário indicando que a operação não pode iniciar. É padrão”, acrescentou uma segunda fonte, sem entrar em detalhes previstos para conclusão das análises.
Entre os itens avaliados pela ANP no documento emitido hoje, após uma fiscalização realizada entre 6 de novembro e 11 de novembro, estavam sistemas de gerenciamento de segurança operacional. Mais tarde, entre 25 e 29 de novembro, a ANP realizou uma última inspeção no FPSO de Atlanta, que não é citada nesse documento.
À ESPERA DA LICENÇA
Anteriormente, a Brava previa iniciar produção de Atlanta em agosto, mas o cronograma foi postergado devido a uma demora maior que a esperada em análises pela ANP, após meses de operação-padrão e ameaças de greve do órgão público.
A equipe de analistas do BTG Pactual e a maior parte do mercado financeiro têm como cenário atual o início das operações do FPSO Atlanta ainda em dezembro, com o banco de André Esteves colocando previsão para janeiro no “pior caso”.
Em paralelo, a Brava também trabalha para retomar a operação do campo de Papa Terra, interrompida em setembro a pedido da ANP. A empresa projetou volta em dezembro.
A Brava é fruto da combinação de negócios entre 3R e Enauta. As ações da companhia acumulam perdas de mais de 20% no ano.