São Paulo, 05/12/2024 – A Brava Energia ainda tem mais de 20 pendências no processo de obtenção da licença final para operação do novo navio-plataforma do campo de Atlanta, disse a Agência Nacional do Petróleo (ANP) ao Faria Lima Journal e à Mover, área de notícias do TC.
A expectativa inicial da Brava era iniciar produção no FPSO Atlanta em agosto, mas em teleconferências recentes com o mercado a empresa atribuiu o atraso a impactos de uma operação padrão recente na ANP sobre o ritmo das análises pelo órgão regulador, em meio a exigências salariais de servidores perante o governo vistas em diversas áreas da administração pública, incluindo o Ibama.
A ANP disse à Mover que a empresa ainda tem condicionantes a cumprir, e que nem todos os documentos exigidos foram enviados pela Brava até o momento.
“Deste modo, a FPSO Atlanta ainda não está apta a operar, no que diz respeito às normas da ANP relacionadas à segurança operacional, mas por total e exclusiva responsabilidade da Brava”, disse à agência, em nota.
“De um total de 70 condicionantes estabelecidas pela ANP em novembro de 2023, relativas à segurança operacional da instalação, a Agência ainda aguarda que a Brava envie 12 respostas pela primeira vez e cinco que precisam de esclarecimento, complemento ou correção. Do restante, 40 já estão aprovadas e 13 foram enviadas pela empresa, encontrando-se em análise”, complementou a ANP.
Procurada, por meio da assessoria de imprensa, a Brava não quis comentar. Fontes de mercado esperam que a autorização da reguladora possa sair ainda neste mês.
Além do processo para obtenção da licença da ANP para operar o FPSO de Atlanta, a Brava trabalha para retomar também em dezembro a operação no campo de Papa Terra, suspensa pela ANP em setembro. O avanço nos dois processos é visto pelo mercado financeiro como o principal gatilho para valorização das ações da empresa no curto prazo, de acordo com analistas de bancos e corretoras como Genial e BTG.
Fruto da fusão entre 3R Petroleum e Enauta, a Brava viu as ações despencarem mais de 17% nos últimos três meses, apesar da visão positiva de analistas sobre o potencial de longo prazo da empresa. Os papéis foram pressionados pela suspensão de Papa Terra e frustrações de expectativas com o cronograma de Atlanta.
(LB + GP | Edição: Luciano Costa | Comentários: equipemover@tc.com.br)