Braskem (BRKM5) recebe carta da Novonor comentando a oferta da J&F

Proposta dos irmãos Batista é válida por 120 dias

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Por Bruno Andrade

Braskem (BRKM5) recebeu uma carta da Novonor, ex-Odebrecht, confirmando que a empresa obteve uma proposta de R$ 10 bilhões da J&F pelas ações da petroquímica, mostra documento enviado ao mercado nesta quarta-feira (12).

“Segundo os termos da Proposta a J&F, pelo prazo de 120 (cento e vinte) dias, poderá adquirir a totalidade dos Direitos Creditórios pelo valor de R$ 10,0 Bilhões, sujeitas a condições usuais em transações desta natureza”, diz a carta.

A Novonor disse à Braskem que avaliará os termos e condições da Proposta, assim como tem feito com as demais ofertas anteriormente comunicadas a V.Sas. Não há qualquer decisão, mesmo que preliminar, tomada a respeito da Proposta.

Com a oferta, a companhia dos irmãos Batistas passou a fazer parte da disputa pelas ações da Braskem, que já teve oferta da Unipar. Na véspera, informações de bastidores garantiram que o valor proposto pela família Batista agrada os bancos por não deixar nenhuma fatia para a família Odebrecht.

Na semana passada, a Unipar recebeu da Novonor uma sinalização de que sua proposta pelo controle da maior petroquímica da América Latina atendia aos interesses tanto da antiga Odebrecht, quanto das demais partes interessadas.

A sinalização formalizou um convite à Unipar, do empresário Frank Abubakir, para dar início ao processo de auditoria, ou due diligence, em relação à Braskem, visando apresentar uma proposta vinculante ou a negociação de documentos definitivos da oferta.

Embora neste momento não haja concessão de uma exclusividade, a Unipar informou que “juntamente com seus assessores, bancos credores, Petrobras, Novonor e demais partes envolvidas, analisará os próximos passos da operação, incluindo a assinatura de contrato de exclusividade para potencialmente dar início à auditoria na Braskem”.

Além disso, a Petrobras (PETR4) também iniciou o processo de due diligence para analisar uma possível compra da Braskem. O pedido envolve uma análise mais aprofundada os balanços e a lucratividade da Braskem, para assim, a empresa compradora saber o que está adquirindo de fato.

As ações que podem ser compradas são da Novonor, ex-Odebrecht. A companhia está vendendo os ativos em meio à recuperação judicial. A Petrobras tem a preferência em comprar essas ativos por meio de um tag along assinado pelos acionistas no passado.

A Novonor também recebeu uma proposta da Apollo e da Empresa Nacional de Petróleo de Abu Dhabi (Adnoc), de R$47,00 por ação da Braskem. Desse montante, R$20,00 seriam pagos em dinheiro, R$20,00 em bônus perpétuos com taxa de 4% ao ano e R$7,00 em títulos conhecidos como “warrants” – o que tem dificultado uma estimativa precisa do valor presente da proposta, vista pelo mercado como menos atrativa.