Por Bruno Andrade
O Banco do Brasil (BBAS3) reportou lucro líquido ajustado de R$ 8,78 bilhões no segundo trimestre de 2023, alta de 11,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. A informação foi divulgada em documento enviado ao mercado nesta quarta-feira (09).
O número ficou levemente acima da expectativa do mercado, que esperava um lucro líquido ajustado de R$ 8,72 bilhões, segundo o TC Consenso.
“O resultado foi influenciado pelo bom desempenho comercial e pelo crescimento das carteiras de crédito que impactaram positivamente a margem financeira bruta (+8,2%) e as receitas de prestação de serviços (+1,9%), especialmente àquelas vinculadas ao desembolso de crédito”, disse a empresa.
A margem financeira bruta somou R$ 22,8 bilhões, avanço de 34,2%. “A alta foi puxada pelo crescimento da carteira de crédito e dos títulos e valores mobiliários”, disse a empresa.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) atingiu 21,3% no segundo trimestre, alta de 0,50 ponto percentual em relação ao ano passado.
A inadimplência tem sido o grande perigo para os bancos desde o ano passado. No Banco do Brasil, o indicador subiu 0,73 ponto percentual, indo de 2% para 2,73%.
No entanto, entre os quatro bancos tradicionais (vinculados à Febraban), o Banco do Brasil foi o que apresentou a menor inadimplência. No Itaú (ITUB4) o índice ficou em 3%, no Santander (SANB11) o indicador fechou o trimestre em 3,3% e no Bradesco (BBDC4) em 5,9%.
Ainda assim, o Banco do Brasil viu suas Provisões para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD) Ampliadas saltarem 144,3% e terminarem o trimestre em R$ 7,7 bilhões. Sem citar a Americanas (AMER3) de forma direta, o BB culpou a varejista por essa disparada de suas provisões.
“Essa alta é decorrente do agravamento em linhas de créditos não consignados na carteira pessoa física e da piora de riscos na carteira pessoa jurídica, impactada pela elevação de nível de risco de créditos de empresa do segmento large corporate que entrou com pedido de recuperação judicial em janeiro de 2023”, disse a o banco.
A carteira de crédito somou R$ 1,04 trilhão, alta de 13,6%. O maior crescimento ficou com a carteira de pessoa jurídica, que avançou 10,2% no comparativo anual.
Banco do Brasil anuncia pagamento de dividendos
O BB também informou ao mercado o pagamento de R$ 2,28 bilhões em proventos.
O valor será dividido em R$ 0,65465514197 por ação em juros sobre o capital próprio e R$ 0,14372164692 pago por papel em dividendos.
Para ter direito ao provento, o acionista deve estar com posição comprada no dia 21 de agosto. As ações serão vendidas como “ex-proventos” a partir do dia 22 de agosto.
O pagamento será realizado no dia 30 de agosto. A quantia ainda será atualizada pelo rendimento da taxa Selic entre os dias 30 de junho e 30 de agosto.
BB revisa projeções
Na última linha do comunicado, o Banco do Brasil revisou o crescimento de sua carteira de crédito de 8% a 12% para 9% e 13%. O observado no primeiro trimestre foi uma alta de 15,3%.
A instituição financeira também elevou as estimativas de crescimento de sua margem financeira bruta de 17% a 21% para 22% a 26%. No acumulado do semestre, o crescimento é de 36%.
O BB também elevou as suas expectativas para as Provisões para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD) Ampliadas de R$ 19 bilhões a R$ 23 bilhões para R$ 23 bilhões a R$ 27 bilhões.
Por fim, o banco manteve as suas estimativas de lucro líquido ajustado para 2023 entre R$ 33 bilhões e R$ 37 bilhões.
Veja o documento: