Chairman participou do MoverCast, no TC

Azevedo & Travassos mira chegar a 3 mil bpd em produção de petróleo com ativos atuais

Azevedo & Travassos mira chegar a 3 mil bpd em produção de petróleo com ativos atuais

São Paulo, 02/10/2024 – A Azevedo & Travassos espera que a subsidiária de exploração e produção de petróleo ATP, que deve passar por processo de cisão, possa atingir produção de cerca de 3 mil barris por dia até 2026, apenas com os ativos em carteira e acordos já negociados, disse o presidente do conselho, Gabriel Freire.

A centenária companhia, conhecida pela sigla A&T, está avançando em uma combinação de negócios com a MKS, de infraestrutura e manutenção industrial, e a Aviva, de concessões, que serão incorporadas pelo grupo, em operação que ainda envolverá a separação da Azevedo & Travassos Petróleo em uma empresa à parte, também listada em bolsa.

“Há um destravamento de valor enorme nas duas operações, tanto na cisão da ATP quanto posteriormente na incorporação (de MKS e Aviva)”, disse Freire, em participação no MoverCast, promovido pela Mover, área de inteligência de mercado e notícias do TC.

A reorganização da A&T será submetida a assembleia de acionistas em 18 de outubro. Ao final do negócio, os investidores da empresa terminariam com ações da Azevedo & Travassos, de construção e infraestrutura, e da ATP, de petróleo.

Na ATP, os acionistas manteriam a participação que detém atualmente na A&T, e a empresa nasceria livre de dívidas. Já na ´nova´ A&T, haveria diluição, com a entrada na empresa de ativos da MKS e Aviva, mas esses negócios viriam inclusive com posição de caixa relevante, fortalecendo a estrutura de capital. A gestora REAG será a controladora das operações da A&T em infraestrutura após a operação.

“Vou continuar no conselho e como acionista de referência, mas não serei mais o controlador”, disse Freire, que tem liderado a reestruturação da A&T nos últimos anos.

Ao final do processo a A&T estará fortalecida para buscar uma carteira de até R$15 bilhões em oportunidades de contratos, inclusive no setor de saneamento, no qual a Aviva detém participação em algumas concessões, disse Freire. A A&T também poderá até avaliar novas aquisições em infraestrutura, mercado que está “extremamente aquecido”, segundo ele.

PETRÓLEO

Na Azevedo & Travassos Petróleo, a companhia está pronta para realizar investimentos no crescimento orgânico da produção, após ter assinado acordos para comprar da Phoenix seus primeiros ativos operacionais, de produção onshore, e para uma parceria estratégica com a Petro-Victory, companhia listada na bolsa de Toronto que tem diversas concessões no Brasil.

As reservas provadas (P1) da ATP devem estar próximas hoje de 6 milhões de barris de petróleo, segundo Freire, que vê grande espaço para aumentar a produção nos ativos da Phoenix, além de possível ampliação dos negócios com a Petro-Victory no futuro.

Agora, a ATP trabalhará para concluir a certificação de suas reservas, e posteriormente poderá buscar financiamentos com base nessas reservas, os chamados ´reserve base lending´, comuns no setor de óleo e gás, para expandir as operações, incluindo a avaliação de eventuais aquisições de ativos próximos de seus campos, explicou Freire.

O chairman da Azevedo & Travassos ainda disse que a carteira de ativos sendo construída para ATP deverá ser resiliente a eventuais quedas nos preços do petróleo.

“Acreditamos que não teríamos problema operacional nenhum com o Brent chegando a US$40-55/bbl. Mas, pessoalmente, não consigo acreditar nesse cenário de redução drástica do preço, a partir do ambiente político no mundo, crise do Oriente Médio se agravando”.

(LC | Edição: Luca Boni | Comentários: equipemover@tc.com.br)