Auren (AURE3) avalia estreia em transmissão em leilão que terá Eletrobras (ELET3) "forte" e grandes empresas, dizem fontes

Confira a apuração exclusiva do Scoop by Mover

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Por Luciano Costa

A Auren (AURE3), controlada pela Votorantim Energia e pelo fundo canadense CPPIB, avalia disputar o próximo leilão do governo para novos projetos de transmissão de energia, em 30 de junho, em disputa que deve contar com a presença de grandes empresas como Eletrobras (ELET3), Cemig (CMIG4), Neoenergia (NEOE3), Alupar (ALUP11), Cteep (TRPL4), Engie (EGIE3), Taesa (TAEE11) e Energisa (ENGI11), disseram cinco fontes à Mover.

Com negócios somente em geração, a Auren vê o certame como oportunidade para estrear em um nicho do setor elétrico que é visto praticamente como uma “renda fixa”, e já está cotando equipamentos para disputar o leilão, devendo bater o martelo sobre a participação nos próximos dias, segundo as fontes que que pediram anonimato para falar com a reportagem.

A Neoenergia entrará na concorrência em parceria com o GIC, fundo soberano de Cingapura, disse uma fonte à Mover. A estatal paranaense Copel, por outro lado, não deve entrar na disputa porque “100% dos esforços” estão focados em seu processo de privatização, de acordo com nota enviada pela empresa à Mover.

A Engie e a Taesa também decidiram disputar o certame, assim como a Energisa, que avalia consórcio com a Zopone Engenharia para um lote, disseram as fontes, enquanto a ISA Cteep confirmou à Mover que analisa alguns lotes que serão ofertados.

A Eletrobras “vem com força”, e há expectativa de que leve ao menos um lote, enquanto a Cemig também pretende ser competitiva, afirmaram duas das fontes.

A chinesa State Grid, uma das líderes em transmissão no Brasil, deve ficar de fora, já se preparando para um leilão no segundo semestre que terá um grande projeto de transmissão de ultra-alta tensão, também no alvo da francesa EDF, disseram outras duas fontes.

“Enxergamos boas disputas em todos os lotes”, disse à Mover o diretor de planejamento estratégico da fabricante de cabos Alubar, Fábio Camargo, sobre o leilão do dia 30. “A pressão inflacionária já estabilizou na nossa indústria, então acho que os investidores vão encontrar equipamentos por preços melhores que no ano passado, embora a questão de financiamento possa estar um pouco mais complicada”.

“A característica do leilão deverá fazer com que a concorrência se dê entre empresas com balanços fortes e que sabem ponderar os cenários de risco e retorno de megaprojetos como esses”, disse à Mover o presidente da Cteep, Rui Chammas. “Temos espaço no balanço para investir”.

Para Chammas, o leilão deverá ser “desafiador” por haver “alta demanda por construtoras no Brasil e equipamentos no mundo inteiro”, e porque o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sinalizou que poderá delegar alguns licenciamentos de projetos na Bahia ao órgão ambiental estadual, o que gera alguma preocupação com prazos.

Procuradas, Auren, Alupar, Taesa , Eletrobras, Cemig e Neoenergia não comentaram. Energisa e State Grid disseram que estão sempre atentas a oportunidades, mas não comentam ativos específicos. A Engie disse que “avalia constantemente o mercado em busca de novas oportunidades e participação em leilões”.

Esta reportagem foi publicada primeiro no Scoop, às 16H10, exclusivamente aos assinantes do TC. Para receber conteúdos como esse em primeira mão, assine um dos planos do TC.