Analistas veem Black Friday fraca no Brasil, mas Magalu e Americanas dizem ter bons resultados

Mercado Livre, Amazon, Shein e Shopee tiveram os ganhos mais expressivos no número de usuários ativos diários

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Por: Ana Luiza Serrão

A Black Friday apresentou resultados fracos no Brasil, de acordo com pesquisas e relatórios de bancos investimentos. No entanto, a Magazine Luiza (MGLU3) e a Americanas (AMER3) afirmaram, nesta segunda-feira, que o período se mostrou rentável e sinalizou um bom potencial para o desempenho das companhias no próximo ano.

O vice-presidente de negócios da Magalu, Eduardo Galanternick, disse que a varejista registrou a Black Friday mais rentável da sua história. “Passada a Black Friday, teremos certeza de que cumpriremos o que foi planejado, que é termos melhores resultados, e isso nos dá mais segurança do rumo tomado”, relatou em entrevista ao jornal Valor Econômico.

Já a Americanas anunciou um aumentou do volume de ofertas na mais movimentada sexta-feira do ano para as varejistas, adotando a estratégia de ampliar o horário de funcionamento das lojas e o quadro de funcionários temporários, em meio à “esperança trazida pelo plano de transformação e pelo acordo com os credores”, disse o CEO Leonardo Coelho ao jornal O Globo.

Por outro lado, os analistas do Itaú BBA citaram que Mercado Livre, Amazon, Shein e Shopee tiveram os ganhos mais expressivos no número de usuários ativos diários (DAU, em inglês) nos dias que antecederam a Black Friday, enquanto Americanas, Carrefour Brasil (CRFB3) e Petz (PETZ3) apresentaram a maior queda. Em relatório, o BTG Pactual (BPAC11) reforçou o Mercado Livre como “top pick”.

As vendas on-line durante a Black Friday contaram com uma retração média de 15% e 13% em relação ao ano passado, de acordo com dados da Neotrust e NielsenIQ Ebit, respectivamente, divulgados pelo Itaú BBA em relatório.

Para o economista e professor da Faculdade do Comércio, Denis Medina, há uma preocupação à frente de que o fraco desempenho do período possa refletir ainda um Natal “não tão recheado”, mas que deve ser menos “decepcionante” do que a Black Friday. “A Black Friday foi menor do que nos anos anteriores, não trouxe o resultado esperado. […] Então, talvez o Natal não seja dos melhores”, diz.

Apesar de também considerar os números gerais da Black Friday fracos no país, o time do BTG Pactual observa “uma tendência de crescimento secular para o comércio eletrônico brasileiro nos próximos anos”, com um volume bruto de mercadorias (GMV, em inglês) mais alto do que antes da pandemia.

(ALS | Edição: Artur Horta | Comentários: equipemover@tc.com.br)