Americanas (AMER3): Sérgio Rial e João Guerra viram réus em ação da CVM

Autarquia questiona divulgação em plataforma com acesso limitado

Facebook/Americanas
Facebook/Americanas

Por Bruno Andrade

A Comissão dos Valores Imobiliários (CVM) tornou os dois últimos ex-presidentes da Americanas (AMER3), Sergio Rial e João Guerra, réus em um processo ligado à comunicação ao mercado feita pela companhia para notificar o rombo contábil, mostra informações divulgadas no site do órgão nesta segunda-feira (05).

Os dois foram enquadrados pela Lei das S.A. Rial é acusado de descumprir a obrigatoriedade de sigilo sobre qualquer informação que ainda não tenha sido divulgada para conhecimento do mercado. Enquanto Guerra é acusado de infringir artigo sobre a obrigação de administradores de uma companhia de comunicar qualquer fato relevante ocorrido nos seus negócios.

Sérgio Rial assumiu a Americanas em 1 de janeiro e descobriu o rombo contábil em cerca de 10 dias. No dia 11 de janeiro, a companhia comunicou que encontrou um rombo de cerca de R$ 20 bilhões. No dia seguinte, Rial fez uma suposta coletiva de imprensa pela plataforma do BTG Pactual, um dos credores da companhia.

A coletiva, que deveria ser pública, teve acesso limitado e parte da imprensa ficou e demais interessados ficaram de fora. Uma semana após a coletiva, a companhia pediu recuperação judicial com dívidas de R$ 43 bilhões e um caixa de apenas R$ 8 bilhões.

Rial deixou a Americanas no dia 17 de janeiro. Guerra ainda é diretor da companhia.

Em nota, a Americanas disse que acompanha a evolução do processo na CVM e que segue colaborando com as autoridades competentes nas apurações.

“Desde esse primeiro momento, a companhia priorizou informar imediatamente o mercado, com a maior transparência possível, sobre todas as evoluções de um processo especialmente complexo e de perplexidade geral. A Americanas espera que a CVM reconheça isso em seu julgamento”, disse a empresa.

A companhia comentou ainda que desde o anúncio da recuperação judicial, “as operações da empresa e a confiança de seus profissionais demonstram a capacidade da companhia em evoluir positivamente”.