Americanas (AMER3) dispensa PWC e contrata novo auditor após fraude

A empresa entrou em recuperação judicial em janeiro com R$43 bi em dívidas

Facebook/Americanas
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Por Bruno Andrade

A Americanas (AMER3) dispensou os serviços da PWC e contratou a BDO para fazer a auditoria do seu balanço, informou a companhia em documento enviado ao mercado nesta quarta-feira (28).

“A contratada vai executar a auditoria das demonstrações financeiras do exercício de 2022 e o refazimento de demonstrações financeiras do exercício social de 2021”, disse a empresa.

A Americanas comentou também que essa ação é necessária “em função do episódio de fraude, bem como a revisão das demonstrações financeiras do exercício social iniciado em janeiro de 2023”.

“A Americanas não faz qualquer julgamento acerca da natureza ou extensão da participação das empresas de auditoria no episódio. Entretanto, um maior aprofundamento nos trabalhos de apurações seria necessário para, desde já, assegurar a independência da PwC para seguir com os trabalhos de auditoria das demonstrações financeiras da companhia”, disse a empresa.

A empresa entrou em recuperação judicial em janeiro com cerca de R$ 43 bilhões em dívidas após descobrir uma fraude contábil que escondia cerca de R$ 20 bilhões em dívidas.

No entanto, a companhia assumiu a fraude só no último dia 13 de junho. A Americanas afirmou que o efeito dos ajustes decorrentes das fraudes nos resultados da companhia ao longo do tempo ainda está sendo apurado, “mas a expectativa da administração é de que o impacto nos resultados mais recentes seja significativo”.

O relatório foi baseado em documentos entregues pelo Comitê Independente e por documentos complementares identificados pela administração.

O documento confirmou o furo do Faria Lima Journal (FLJ) da primeira semana de junho, quando uma fonte muito envolvida com o assunto confirmou que a fraude foi constatada pelas investigações.

Segundo a fonte, a adulteração do balanço aconteceu nos últimos 10 anos. No entanto, a fonte disse a investigação focaria apenas no últimos cinco anos, visto o “grande volume de trabalho“.