América do Sul deve seguir competitiva para frigoríficos mesmo com El Niño, diz MB Agro

Pluviosidade no Cone Sul contribui para uma melhor produção de gado e condições comerciais para os frigoríficos

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Por: Artur Horta

A América do Sul deve seguir competitiva para frigoríficos exportadores em 2024, mesmo com as dificuldades trazidas pelo fenômeno climático El Niño, diz o sócio-consultor da MB Agro, Alexandre Mendonça de Barros, em evento para investidores da Minerva Foods (BEEF3) nesta terça-feira.

O El Ninõ, que representa o aquecimento das águas do Oceano Pacífico, normalmente leva à redução das chuvas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, dificultando a formação de pastagens. No entanto, o fenômeno favorece a pluviosidade no Cone Sul e contribui para uma melhor produção de gado e condições comerciais para os frigoríficos.

“Estamos vivendo um cenário de El Niño. Todos os modelos apontam para isso. Mas o que me impressiona é que estamos vendo uma perda muito rápida da probabilidade dele se estender e, a partir do segundo trimestre de 2024, devemos ver um cenário mais neutro”, afirma Barros.

Isso significa que provavelmente o fenômeno climático está passando pelo seu auge e, já no começo de 2024, as condições para pastos e grãos – importantes insumos para os produtores rurais – não seja tão desastrosa para a América do Sul.

“Nas pastagens e subprodutos de grãos devemos ter uma competitividade muito alta, diante de um começo de safra muito ruim”, explicou o especialista, que também é conselheiro da Minerva.

Essa expectativa positiva para o clima deve se somar à continuidade do ciclo de maior oferta de gado para abate no Brasil, um cenário favorável para os custos e margens dos frigoríficos da região.

Apesar de parte do mercado projetar uma virada desse ciclo para 2024, Barros entende que a virada ocorre, de fato, quando há uma redução drástica no abate de fêmeas, e não quando o preço do bezerro sobe. “Se no segundo semestre começar a subir o preço do bezerro, aí pode ser que em 2025 isso induza a retenção de fêmeas”, disse.

“É possível que janeiro e fevereiro tenha uma oferta um pouco menor, mas o ciclo deve continuar nos níveis atuais no ano que vem”, acrescentou.

(AH | Edição: Leandro Tavares | Comentários: equipemover@tc.com.br)