São Paulo, 10/5/2023 – A elétrica Alupar está iniciando um novo ciclo de investimentos, que deve exigir cerca de R$4,6 bilhões nos próximos anos, e a meta é conciliar a expansão com proventos aos acionistas, disse um executivo em entrevista à Mover.
Além da carteira de projetos em andamento, a geradora e transmissora de energia segue com apetite por novos ativos, e deverá participar de mais leilões neste ano, de olho em novos empreendimentos de transmissão, no Brasil e na América Latina. “Ainda tem algum espaço no balanço”, disse o gerente de Relações com Investidores, Luiz Coimbra.
Na última licitação do governo para novos projetos de transmissão, em março, a Alupar arrematou um dos 15 lotes oferecidos, que demandará R$1,3 bilhão. O próximo certame será em setembro, com R$4 bilhões em projetos.
Ao final de 2022, a Alupar concluiu um ciclo anterior de CAPEX que totalizou R$5,8 bilhões, destinados a projetos arrematados em leilões em 2016 e 2017. Esses aportes levaram a empresa para 7,1 mil quilômetros em linhas de transmissão hoje, ante 4,9 mil em 2016.
“O investidor ficou apreensivo quando ganhamos esse projeto no último. O que quero mostrar é que, com esse novo patamar de tamanho da companhia, dá para termos dividendos mais robustos, mais atrativos, mesmo com o novo ciclo de crescimento”, disse Coimbra, que falou à Mover por teleconferência.
Com o resultado do primeiro trimestre, a Alupar anunciou dividendos de R$66,6 milhões, ou R$0,21 por Unit, alta de 82% frente ao mesmo período do ano anterior. O provento representou ‘payout’ 18,8 pontos percentuais maior ano a ano, e 45,5% do lucro regulatório.
Em relatório após o balanço da Alupar, a Genial Investimentos comentou que os investimentos previstos nos próximos seis anos poderiam eventualmente levar a empresa a reduzir dividendos no curto prazo.
Além do Brasil, a Alupar tem operações em países incluindo Colômbia, Chile e Peru.
“Está havendo leilões lá fora e estamos participando. Estaremos participando neste ano, nos três países”, disse Coimbra. “Tem um lá fora agora em maio, e mês que vem tem outro, menor”.
Negócios no exterior são uma alternativa interessante diante da concorrência acirrada nos últimos leilões do governo para novos projetos de transmissão no Brasil, que vinham pressionando retornos, mas o último certame já trouxe disputa um pouco menor, com melhores resultados, segundo a Alupar.
“Os projetos que ganhamos, tanto lá fora quanto no Brasil, a partir do segundo semestre de 2023 e neste ano, em todos estamos falando em retorno de dois dígitos”, disse Coimbra.
(LC | Edição: Gabriel Ponte | Comentários: equipemover@tc.com.br)