Por: Luciano Costa
A AES Brasil, a Eneva (ENEV3), a Enel e outros grupos têm buscado sócios para seus projetos de energia renovável, em meio às altas taxas de juros no Brasil e aos aumentos de custos no setor, que pressionaram empresas com grandes volumes de investimentos em andamento, disseram Faria Lima Journal (FLJ) quatro fontes a par das operações.
A movimentação para possíveis associações tem gerado inclusive uma certa “sobreoferta” de ativos de geração limpa, dado que outras companhias, como a Rio Energy, da Denhan Capital, já vinham tentando a vender ativos de energia eólica e solar, ainda segundo as fontes, que pediram anonimato porque as transações são sigilosas.
Notícias Relacionadas
Eletrobras e Eneva devem se beneficiar
Comitê do governo aprova mudança com impacto altista em preço de energia
São Paulo, 26/07/2024 – Um comitê técnico ligado ao Ministério de Minas e Energia aprovou mudança em regras de formação de preços no mercado de energia elétrica que deverá impactar para cima as cotações a partir de 2025, segundo fontes e documento visto pela Mover. Empresas com ativos de geração de energia, como Eletrobras, e […]
Exclusiva do FLJ
Eternit perto de sair de recuperação judicial; tem aval do MP-SP, diz fonte
São Paulo, 24/07/2024 – A fabricante de telhas Eternit está perto de concluir processo de recuperação judicial, após novo pedido de encerramento da proteção contra credores, que recebeu na noite de ontem aceno favorável do Ministério Público de São Paulo, segundo informações obtidas pela Mover com fonte que acompanha o caso. A Eternit, que tem […]
Na ponta compradora ainda há poucos nomes, embora investidores asiáticos tenham voltado a se movimentar por ativos no Brasil, de olho na aproximação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com a China. A Eletrobras também olha diversas oportunidades, disseram duas das fontes.
“Mas as operações estão difíceis de fechar, porque a diferença na expectativa de ´valuation´ está muito grande”, explicou uma pessoa que acompanha as negociações. “Tem muito mais gente vendendo projetos do que comprando.”
Procurada, a AES Brasil disse que “avalia constantemente alternativas para ampliar sua estratégia de crescimento”. A Enel disse que “avalia possíveis parcerias para apoiar os ambiciosos planos de investimentos em energias renováveis da empresa no país”, com modelo de negócios “que prevê a participação de terceiros em alguns projetos”.
A Eneva já confirmou publicamente que busca um sócio para seus ativos de renováveis. A Eletrobras disse que “agora privada e com sua capacidade de investimentos ampliada, avalia constantemente oportunidades que estejam de acordo com sua estratégia”.
Quer saber tudo que acontece no mundo corporativo? Clique aqui e leia mais notícias sobre empresas.
Além da grande oferta de ativos, as operações de venda são desafiadas também pelo contexto de juros elevados, que dificulta a convergência entre compradores e vendedores sobre valores, e pelos baixos preços no mercado de eletricidade do Brasil, disse uma das fontes.
Entre as companhias que buscam potenciais parcerias ou novos investidores, a AES Brasil mira se capitalizar para até acelerar seu ambicioso plano de expansão em geração eólica, disseram as fontes, enquanto a Eneva está em fase inicial da busca por um sócio para seus ativos renováveis, e a Enel negocia sociedades para projetos solares.
A petroleira Shell também avalia fechar associações para seus próximos projetos solares, após ter anunciado no ano passado uma joint venture com a Gerdau para uma usina fotovoltaica em Minas Gerais, disseram duas das fontes. Procurada, a empresa não comentou.
