Ações da JBS(JBSS3), Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) disparam com peste suína na China

Itaú BBA vê possível impulso a exportações

Unsplash
Unsplash

Por Luciano Costa

As ações dos frigoríficos JBS, Marfrig e Minerva disparavam no início da sessão desta quinta-feira na B3, liderando as altas do Ibovespa pela manhã, com notícias sobre casos de peste suína africana na China, o que, segundo analistas do Itaú BBA, pode ser um fator de impulso à demanda por carne bovina no país asiático.

Os papéis ordinários da Marfrig (MRFG3) lideravam em ganhos percentuais no Ibovespa por volta de 10h42, com alta de 8,8%, a R$7,48, seguidos pelos da JBS (JBSS3), que avançavam 7,64%, a R$20,72. Os da Minerva (BEEF3) subiam 7,30%, também nas maiores altas do índice, a R$11,90. O Ibovespa subia 0,56% no mesmo horário, a 103,2 mil pontos.

A China voltou a registrar surtos da peste suína depois do Ano Novo Lunar, em janeiro, segundo reportagem da Reuters que cita estimativas de que a doença poderia afetar negativamente em até 10% a produção local de carne de porco, devido à necessidade de abate de animais para impedir novas contaminações.

Ainda parece cedo para comparar os casos com a epidemia de peste suína africana enfrentada pela China entre 2018 e 2020, que derrubou a produção de carne de porco do país em 30% no período, “mas parece justo assumir que esse será um tópico quente de discussão entre investidores”, apontou a equipe do Itaú BBA em relatório hoje.

Embora não tenha alterado as perspectivas para empresas de proteína animal sob sua cobertura por hora, o analista do banco Gustavo Troyano apontou que mantém JBS e Minerva como preferidas no setor, que poderá se beneficiar do cenário na China.

“Ainda achamos que é muito cedo para ficar otimista com essa notícia, mas as teses de investimento nas duas são sólidas, em nossa visão, e consideraríamos o surto de peste suína africana mais como um risco potencialmente positivo neste momento”, escreveu ele.

“No caso de uma intensificação dos surtos, preferiríamos surfar a peste suína africana novamente por meio de exportadores de carne bovina, ao invés de carne suína ou frango”, acrescentou o analista do Itaú BBA.

As exportações de carne bovina do Brasil para a China estão suspensas atualmente, após o registro de um caso atípico do chamado mal da vaca louca no Pará. No entanto, a Fitch Ratings destacou em relatório na segunda-feira que as empresas brasileiras de proteína ainda conseguem atender à demanda chinesa de carne bovina com suas operações fora do Brasil, direcionando a produção nacional para outros países. O governo brasileiro espera que os embarques sejam retomados em breve.