Por Ana Luiza Serrão
As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) bateram nesta sexta (9) uma nova máxima intradiária na bolsa brasileira, considerando-se ajustes pela distribuição de proventos, tocando R$30,90 cada, em meio a uma movimentação do mercado devido à proximidade da “data de corte” para que investidores tenham direito ao pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP), na próxima segunda-feira.
Por volta das 15h00, os papéis preferenciais da petrolífera avançavam 4,16% na B3, a R$30,07, enquanto o Ibovespa subia 1,39%, aos 117,09 mil pontos. Nos últimos 12 meses, a Petrobras PN acumula variação positiva de 54,21%. No ano, a alta é de 37,73%.
A primeira parcela dos dividendos da estatal deverá ser paga em 18 de agosto, no valor de R$0,27 por ação, junto com o JCP, de R$0,56 por ação. A segunda parcela ficará para 20 de setembro, em R$0,94 por papel. Terão direitos aos valores aqueles que forem titulares de ações da companhia em 12 de junho.
Analistas vêm comentando em relatórios que esse pode ser o último dividendo pago pela Petrobras nos termos da atual política de dividendos, já que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a companhia por estar distribuindo valores recordes aos seus acionistas nos últimos tempos. A administração da companhia já encomendou a elaboração de uma nova política para remuneração aos investidores.
Segundo o analista sênior do TC Matrix, Arlindo Souza, a maior estabilidade do petróleo neste ano no mercado pode ajudar a reduzir as pressões do governo sobre a empresa pelos preços dos combustíveis. Ele destacou que a companhia não promoveu mudanças radicais ao anunciar sua nova política comercial, sinalizando que ainda acompanhará em parte as cotações internacionais do petróleo, o que diminui preocupações após um pico de pessimismo com o futuro da empresa na sequência das eleições.
“Pelo consenso de mercado, todos os analistas estão conservadores. Eles têm suas teses e seus motivos, mas achamos que o pessimismo está demais, e estamos enxergando uma oportunidade”, disse Souza, do TC Matrix, está recomendando a “compra” dos papéis da Petrobras, com preço-alvo de R$42 por ação PN.