Por Ana Luiza Serrão
Investidores podem aproveitar uma tendência de alta nos preços do arroz para apostar nas ações da Camil (CAML3), potencial beneficiada com as maiores cotações do cereal, influenciadas pelo clima e por restrições a exportações na Índia que reduziram a oferta internacional, de acordo com relatório do Bradesco BBI divulgado nesta quarta-feira (16).
Segundo o banco, os preços do arroz estão subindo no Brasil devido à sazonalidade e a desafios com a safra doméstica e na Ásia. Além disso, o BBI vê espaço para os valores mais altos serem repassados aos consumidores, o que vai ajudar na diminuição das despesas fixas e aumentar do lucro líquido da Camil à frente.
“Esse cenário de alta para os preços do arroz deve continuar com o El Niño aumentando de intensidade nos próximos meses e reduzindo as safras de arroz na Ásia”, escreveu em relatório o analista Leandro Fontanesi.
O cenário pode desencadear novas restrições às exportações, contribuindo ainda mais para o crescimento global dos preços.
“De fato, os preços do arroz branco da Tailândia, que é usado como referência mundial, já subiram 36% no acumulado do ano, devido a esse cenário mais apertado para os produtores de arroz na Ásia, e os preços do Brasil ainda não refletem esse movimento”, apontou o BBI.
Diante da eminência de um cenário positivo, o Bradesco BBI pode revisar para cima as projeções para a Camil. “Assumindo que os preços do arroz no Brasil atinjam uma média de R$110 por saca em 2024 – 30% acima do nosso cenário base –, tudo mais constante, aumentaríamos nosso EBITDA para R$1,3 bilhão, de R$1,1 bilhão”.
Atualmente, o preço do arroz em casca no país está em R$93 por saca de 50 quilos, de acordo com o CEPEA, da Universidade de São Paulo, com aumento de 5% no mês e de 2,10% na última semana. No início de julho, os valores estavam próximos de R$82,50 por saca.
Por volta das 13h35, os papéis ordinários da Camil subiam 3,33%, a R$7,76, enquanto o Ibovespa avançava 0,34%, aos 116,5 mil pontos Nos últimos 12 meses, as ações desvalorizam 20,33%.