Por Artur Horta
O ABC Brasil (ABCB4) acredita que a inadimplência da sua carteira de crédito está próxima ao pico, um importante indicador para que possa voltar a acelerar o crescimento do portfólio, disse à Mover o diretor de Relações com Investidores do banco, Ricardo Moura.
Entre abril e junho, as operações com atraso acima de 90 dias encerraram em 1,2% da carteira, ante de 0,6% no primeiro trimestre. Na conta está o efeito da crise da Americanas sobre o segmento C&IB, que viu a inadimplência sair de 0,2% para 2,7% no período. Se desconsiderado, no entanto, o índice total do banco no segundo trimestre seria de 0,8%.
De acordo com Moura, o segmento de Corporate está com uma inadimplência de 0,4%, ante uma média histórica de 0,8% e “não há razão para que ela aumente”. No segmento middle, o índice fechou o trimestre em 3,1%, “o que deveria ser próximo do pico”, segundo avaliou, acrescentando que o mercado de crédito tem melhorado mês a mês desde junho.
Isso deve permitir com que o banco volte a acelerar a carteira no futuro, uma vez que, nesta manhã, o ABC Brasil reduziu a projeção de crescimento da carteira de crédito expandida total para 2023 de 12% a 16% para 4% a 8%.
“O que aconteceu foi que não crescemos nada na primeira metade do ano, devido ao cenário restritivo para o crédito e ao evento da varejista”, afirmou Moura. “Agora, só temos metade do tempo para crescer”, acrescentou.
A instituição também acabou de lançar uma célula dedicada ao agronegócio, visando expandir a presença entre produtores rurais de médio porte. “O agro é um dos principais macro segmentos da nossa carteira de crédito há décadas e criamos um grupo para atender às necessidades específicas desse setor”, disse o executivo.
O ABC Brasil apurou lucro líquido de R$201,9 milhões no segundo trimestre, alta de 6,2% em comparação ao trimestre anterior, impulsionada principalmente pelo aumento da margem com mercado e pela redução das despesas de provisão.