Desmatamento na Amazônia cai 34% no 1º semestre de 2023

Resultado atinge seu patamar mais baixo em quatro anos

Reuters News Brasil
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Por Reuters

O desmatamento na Amazônia caiu 34% no primeiro semestre de 2023, mostraram dados preliminares do governo federal nesta quinta-feira (6), atingindo seu patamar mais baixo em quatro anos, na esteira de políticas ambientais mais rigorosas impostas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dados do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indicaram que foram desmatados 2.649 quilômetros quadrados de floresta tropical na região na primeira metade do ano, o menor número para o período desde 2019.

Ainda assim, a área desmatada representa uma região equivalente a mais de três vezes o tamanho da cidade de Nova York, o que ressalta o desafio enfrentado pelo governo para cumprir sua promessa de campanha de eliminar o desmatamento.

“Muito positivo, mas continuamos com níveis muito altos (de desmatamento)”, disse Daniel Silva, especialista em Conservação da organização sem fins lucrativos WWF-Brasil.

Lula assumiu o cargo em janeiro prometendo acabar com o desmatamento até 2030, após uma alta na destruição da floresta sob o governo do antecessor Jair Bolsonaro, que reduziu os esforços de proteção ambiental.

Bolsonaro defendia a expansão da agropecuária e da mineração em terras protegidas, dizendo que tais medidas ajudariam a região a sair da pobreza.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse em coletiva de imprensa que a queda no desmatamento foi resultado direto do rápido aumento de recursos alocados para fiscalização ambiental pelo governo Lula.

“Estamos fazendo todos os esforços para que isso (plano antidesmatamento) já esteja em pleno vapor. E o que nós temos aqui é o resultado dessa ação emergencial”, disse Marina.

Somente em junho, dados de satélite do Inpe mostraram que 663 quilômetros quadrados foram desmatados, uma queda de 41% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Ainda não está claro se o desmatamento anual apresentará um declínio, uma vez que o pico anual de desmatamento e de incêndios na floresta, que ocorre de julho a setembro, ainda está por vir.

“Julho tende a explodir o desmatamento, olhando a série histórica”, disse João Paulo Capobianco, secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente.

No mês passado, o governo apresentou planos para cumprir a promessa de Lula de acabar com o desmatamento na Amazônia até 2030, usando uma extensa lista de medidas, incluindo o fortalecimento da fiscalização contra crimes ambientais e o desenvolvimento econômico verde.