15/05/2024 – O balanço trimestral divulgado na última segunda-feira pelo grupo de hospitais Kora Saúde reforça a melhora de todo o setor. EBITDA e EBIT do grupo voltaram a subir. Assim como a receita, ainda que timidamente. Setores do grupo como oncologia cresceram 37%, resultado considerado excepcional, assim como subiram os leitos operacionais.
O resultado deveria ser motivo de alegria de todo acionista do grupo, mas apenas piora uma crise deflagrada pela decisão, tomada no dia 5/5, pelo controlador da Kora, o fundo de private equity HIG, de tentar aprovar a retirada da empresa do novo mercado e propor uma OPA ao preço máximo de R$ 0,87, próximo ao preço de mercado naquele momento. Ocorre que, em 2021, o HIG vendeu o preço de cada Kora a R$ 7,20.
Como pode uma companhia fazer um IPO três anos atrás a R$ 7,20 e oferecer agora uma OPA ao preço de R$ 0,87? Essa é apenas uma das perguntas que os minoritários fazem. Querem também saber quem está fazendo esse laudo de avaliação e qual é a sua lógica.
“Mas o que mais intriga a todos é esse movimento de retirada do Novo Mercado e essa OPA minguada em um momento em que todo o setor de saúde melhora, depois da terrível pandemia”, diz um minoritário. “A administração da Kora pode até especular sobre sair do Novo Mercado, o que acho péssimo, mas a OPA a R$ 0,87 é caso para a CVM”, completa.
O mercado está percebendo o problema na Kora e suas ações ficam estáveis ou têm leves quedas, apesar dos bons resultados. Por outro lado, Rede Dor e Hapvida vivem altas que chegam a 10% ao dia.
A HIG é controladora de 68% do capital da Kora. Os médicos fundadores têm outros 12% e o free float é de 20% das ações. A HIG investiu na Kora em 2018 e levou a companhia para a Bolsa três anos depois.