Por: Gabriel Ponte
Brasília, 10/6/2025 – A Verde Asset diz não ter conseguido capturar a recuperação significativa vista nos mercados acionários dos EUA desde as mínimas de abril, por ter subestimado a probabilidade de o governo Trump “ceder tão rápido” no que diz respeito às negociações comerciais e tarifas, de acordo com carta a cotistas publicada nesta terça-feira.
De acordo com a Verde, liderada por Luis Stulberger, a China tem usado “de maneira bastante efetiva” a ameaça velada de suprimir exportações de metais e terras raras. Nesse sentido, a visão do fundo é de que o governo Trump recuou “tanto na retórica quanto na prática da imposição de tarifas”.
Para efeitos de ilustração, o S&P500 opera, hoje, a menos de 2% da máxima recorde intradiária, tocada em fevereiro deste ano, com uma recuperação de 6,15% em maio – melhor desempenho para o mês desde 1990.
Em termos de alocação, o fundo trocou parte da posição comprada em inflação americana por posições aplicadas em juro real, sob viés de que a Inteligência Artificial irá conter parte da alta de preços.
No Brasil, a Verde avalia que a equipe econômica dá “sinais claros de que não entende adequadamente as consequências de várias de suas medidas”, em alusão à tentativa de elevação de alíquotas do IOF, via decreto.
Ao comentar sobre a tentativa do governo em compensar o recuo parcial do IOF com uma reestruturação da tributação sobre investimentos, o fundo diz que o tema é “meritório”, embora seja “bastante indigesto” diante da “completa ausência de sinal de controle sobre os gastos”.
“A animação exacerbada com os ativos brasileiros parece ter encontrado algum limite imposto pela realidade difícil da situação fiscal.” O fundo Verde segue zerado em bolsa Brasil, e levemente vendido em bolsa global.
Em maio, o fundo Verde teve retorno de 1,31%, ante rentabilidade de 1,14% do CDI no mesmo período. No acumulado do ano, o fundo detém retorno de 6,12%, ante 5,26% registrado pelo CDI.